A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai licitar no primeiro semestre do próximo ano 7.373 quilômetros de linhas de transmissão e outras estruturas como, por exemplo, subestações. No Rio Grande do Sul, estão previstas obras em municípios como Garibaldi, Lajeado, Guaíba e Nova Santa Rita. Parte dos empreendimentos é oriunda de concessão extinta da companhia MGF.
O conjunto dos projetos que a empresa seria a responsável e que estará presente no leilão de 2017 compreende uma linha de transmissão de 230 kV de tensão, com 47 quilômetros de extensão, entre Garibaldi e Lajeado, outra linha de 230 kV, com 16,4 quilômetros, dentro de Lajeado, duas subestações de energia, uma no Vale do Taquari e outra na Serra. A MGF conquistou o direito de fazer essas estruturas e receber as receitas devidas por isso ao vencer certame realizado em julho de 2013. Entretanto, o grupo não seguiu adiante com as iniciativas.
O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, argumenta que o ideal seria que as obras tivessem continuado, sem a necessidade de um novo leilão. Porém, o dirigente recorda que não houve lances de outras empresas para construir os empreendimentos na primeira vez, então era impossível chamar o segundo colocado na disputa. Para atenuar os impactos da demora na implantação das linhas e subestações, o Grupo CEEE, em cooperação com o Operador Nacional do Sistema (ONS) Elétrico, instalou transformadores para reduzir o perigo de desabastecimento na região, principalmente durante o verão.
Redecker enfatiza que um fornecimento de energia com qualidade é fundamental para aquela área, que concentra indústrias, produção de suínos, aves, leite etc. O secretário acrescenta que é preciso blindar o próximo leilão para que somente grupos com capacidade de cumprir suas obrigações participem do certame. No entendimento do dirigente, como a MGF sofreu um processo de caducidade de concessão, a companhia não poderá ingressar na disputa em 2017. "O que é um alívio", julga.
Além dos complexos na Serra e no Vale do Taquari, o leilão do próximo ano, que ainda não tem data definida para ocorrer, contemplará uma linha de 230 kV, com 36 quilômetros de extensão, unindo Guaíba e Nova Santa Rita. Sobre essa estrutura, Redecker argumenta que está inserida em um grande centro de carga, que é a Região Metropolitana de Porto Alegre, e comporá uma importante rede de recebimento de energia de outras partes do Estado. O secretário enfatiza que essas obras, aliadas a outras que a Eletrosul está fazendo no Interior, avaliadas em R$ 3,2 bilhões e cuja estimativa atual é que sejam terminadas em meados de 2019, darão outro patamar para a segurança energética do Rio Grande do Sul.
No total, serão licitados pela Aneel 34 lotes de empreendimentos localizados em 16 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. A expectativa é de serem gerados investimentos da ordem de R$ 12,7 bilhões e 27.415 empregos diretos. As instalações de transmissão deverão entrar em operação comercial no prazo de 36 a 60 meses a partir da assinatura dos respectivos contratos de concessão.