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Repórter Brasília

- Publicada em 19 de Dezembro de 2016 às 22:48

Avalanche de empregos

Ciro Nogueira (PP-PI)

Ciro Nogueira (PP-PI)


GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO/JC
No meio de uma crise política sem precedentes na história democrática recente, um dos assuntos que mais causa polêmica no Congresso é a jogatina. A legalização dos jogos de azar para além da fezinha na lotérica causa divisões na Câmara e no Senado e anda às pressas sem qualquer consenso no horizonte. Um projeto de lei do senador Ciro Nogueira (PP-PI) tramita rapidamente no Senado e pretende liberar cassinos, bingos e até o famoso jogo do bicho. A proposta é a que foi mais longe das cerca de 10 que pretendiam liberar a jogatina. De acordo com o senador, a legalização dos jogos de azar, proibidos há mais de 60 anos, traria pelo menos R$ 29 bilhões e "uma avalanche de empregos".
No meio de uma crise política sem precedentes na história democrática recente, um dos assuntos que mais causa polêmica no Congresso é a jogatina. A legalização dos jogos de azar para além da fezinha na lotérica causa divisões na Câmara e no Senado e anda às pressas sem qualquer consenso no horizonte. Um projeto de lei do senador Ciro Nogueira (PP-PI) tramita rapidamente no Senado e pretende liberar cassinos, bingos e até o famoso jogo do bicho. A proposta é a que foi mais longe das cerca de 10 que pretendiam liberar a jogatina. De acordo com o senador, a legalização dos jogos de azar, proibidos há mais de 60 anos, traria pelo menos R$ 29 bilhões e "uma avalanche de empregos".
Vício controlado
No debate, entra de tudo. Dinheiro, crime, vício e virtude. Os riscos de quem joga patologicamente, a moral de perder o dinheiro do mês na roleta, o emprego do crupiê e o que foi desviado em corrupção e transformado em "ganhos no pôquer". "Já ouvimos bastante sobre os efeitos positivos e negativos da liberação do jogo no Brasil. Ouvimos sobre os efeitos nefastos do eventual vício, que é algo que pode destruir a família", disse Witoldo Hendrich Júnior, advogado, professor e defensor dos interesses de consumidores de jogos.
Defesa do on-line
Segundo o defensor dos interesses de consumidores de jogos, é possível controlar o vício em jogatina de quem aposta pela internet. "Nós não temos mecanismos, sejam eles jurídicos, físicos ou sociais, para impedir que uma pessoa com 150 quilos entre numa loja de fast-food e coma mais um hambúrguer. Nós não temos mecanismos para impedir que uma pessoa entre num boteco e compre um cigarro a varejo. Nós não podemos impedir que a pessoa tome a última dose de cachaça, ainda que alcoólatra. Nós não conseguimos impedir que uma pessoa pegue seu último centavo, entre numa agência da Caixa Econômica Federal e preencha o bilhete que vai salvar a sua vida no sorteio da Mega da Virada." Isso não aconteceria num jogo on-line. "Mesmo que eu consiga roubar um cordão na rua para tomar meu milk-shake desesperado de adicto por doce, eu não vou conseguir fazer uma só aposta na minha conta de jogador on-line, porque o operador suspende a minha conta."
De qualquer jeito
Há lugares em que essa proibição não vale nada. É o caso dos 15,7 mil quilômetros de fronteira no Brasil. O deputado federal gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) apontou que, em Santo Tomé, cidade que faz fronteira com São Borja, há um cassino que funciona há quatro anos. "Eu vejo hoje o movimento dos são-borjenses e de todo o povo da região do Rio Grande do Sul ao cassino. Ele gera emprego no hotel, gera emprego no restaurante, gera emprego para taxista, enfim, gera emprego para todo o pessoal do outro lado do rio, na Argentina, uma vez que em São Borja não há cassino. Se tivéssemos um cassino no Brasil, certamente as pessoas não iriam para lá", disse. De acordo com Heinze, só há uma atitude possível em relação à lavagem de dinheiro: o fatalismo. "Não é a questão da lavagem de dinheiro. A lavagem existe de qualquer jeito. Precisamos legalizar aquilo que hoje é ilegal no Brasil. Onde não tem jogo do bicho?".
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