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Porto Alegre, segunda-feira, 19 de dezembro de 2016. Atualizado �s 20h40.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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cinema

Not�cia da edi��o impressa de 20/12/2016. Alterada em 19/12 �s 17h15min

Capit�o Fant�stico estreia no cinema na pr�xima quinta-feira

Em Capit�o Fant�stico, Viggo Mortensen (de vermelho) cria os filhos na selva

Em Capit�o Fant�stico, Viggo Mortensen (de vermelho) cria os filhos na selva


UNIVERSAL FILMES/DIVULGA��O/JC
Isolada na floresta perdida no interior dos Estados Unidos, uma família composta pelo pai e seus seis filhos leva uma vida incomum, sem contato com as modernidades da civilização. Contudo, com a morte da mãe das crianças, essa história começa a mudar. Esta é a premissa de Capitão Fantástico, elogiada produção que estreia na próxima quinta-feira.
Ben Cash (interpretado por Viggo Mortensen) e sua esposa Leslie (Trin Miller) criaram um paraíso para a família longe das cidades e da civilização. Dentro de um espaço autossuficiente que eles mesmos construíram, Cash ensina a seus seis filhos as técnicas necessárias para sobrevivência na floresta e aplica uma rigorosa educação física e intelectual.
As crianças realmente parecem superdotadas - falam seis línguas, citam Noam Chomsky em diversos diálogos e aparentam ter um desenvolvimento intelectual acima do comum. O filme leva a crer que tudo é mérito do estilo de vida militar imposto pelo pai. Os filhos acordam de madrugada para correr no meio da mata, fazem exercícios e passam por rígida dieta. A premissa é interessante, mas muito fantasiosa para se tornar crível.
Independentemente disso, o enredo coloca em xeque o confronto entre mundos distintos, com destaque para as tensas relações do pai com os parentes da esposa falecida. O personagem do excelente Frank Langella é o único capaz de combater a rigidez imposta aos netos pelo genro. As crianças, por sua vez, lidam com conflitos internos típicos das idades e que o filme explora com inteligência para despertar a empatia do telespectador.
Mortensen, há de se concordar, está em seu melhor papel da carreira. Aos 58 anos, este australiano, mais conhecido do grande público como o guerreiro Aragorn da trilogia O senhor dos anéis (2001), demonstra um vigor físico impressionante. Em Capitão Fantástico, o pai vivido por ele é mais do que uma figura superprotetora: representa um escudo imaginário que pretende manter os filhos longe de um mundo cruel, perigoso e caracterizado pela ganância.
O ator conta que ficou intrigado ao ler o roteiro. "Ele (roteiro) não é apenas inteligente, mas também bem construído e tem muita carga emocional. Ri tanto quanto chorei e estou certo de que o público também vai rir e chorar. Eu espero que o público questione suas ideias preconcebidas", avisa.
No caso dos seis jovens atores, todos frequentaram acampamentos especializados, a fim de conhecer técnicas de sobrevivência na selva. "Eles aprenderam a fazer fogo, rastrear animais e escalar montanhas, além do básico de artes marciais", diz o diretor.
Parte das experiências da família Cash tem origem na criação do próprio diretor e roteirista Matt Ross. "Minha mãe era interessada em situações de vida alternativas", ele diz. "Quando eu era criança, ainda não se falava muito disso, mas vivíamos em comunidades no Norte da Califórnia e no Oregon. Estávamos longe, sem televisão nem quase nada de tecnologia moderna." Ross admite que, enquanto escrevia o roteiro, também se viu intrigado com suas próprias questões sobre como ser pai na sociedade contemporânea. "É inteligente permitir que os nossos filhos estejam conectados por meio de aparelhos eletrônicos 24 horas por dia?", questiona.
Questionamentos filosóficos à parte, Capitão Fantástico é uma aventura interessante, com doses de drama que não caem na apelação e deixam uma dúvida na cabeça de quem o assiste: poderia eu criar meus filhos daquele modo no mundo de hoje? Esta resposta só existe na imaginação de cada um.
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