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JC Logística

- Publicada em 15 de Dezembro de 2016 às 21:45

Com dívidas de R$ 8 bi, Ecovix pede recuperação

Perda dos contratos com a Petrobras para construção de oito cascos para plataformas empresa quebrou

Perda dos contratos com a Petrobras para construção de oito cascos para plataformas empresa quebrou


HIAGO REIS DOERFER/SUPRG/DIVULGAÇÃO/JC
A Ecovix, empresa do setor naval que pertence ao grupo Engevix, pediu recuperação judicial na Justiça de Rio Grande (RS). As dívidas da empresa vão a R$ 8 bilhões, o que a torna uma das maiores recuperações de empresas ligadas a empreiteiras acusadas de corrupção na Lava Jato. Desde o início da semana, a companhia dava sinais de que precisaria da proteção da Justiça para evitar a falência - o que se confirmou na sexta-feira passada.
A Ecovix, empresa do setor naval que pertence ao grupo Engevix, pediu recuperação judicial na Justiça de Rio Grande (RS). As dívidas da empresa vão a R$ 8 bilhões, o que a torna uma das maiores recuperações de empresas ligadas a empreiteiras acusadas de corrupção na Lava Jato. Desde o início da semana, a companhia dava sinais de que precisaria da proteção da Justiça para evitar a falência - o que se confirmou na sexta-feira passada.
As dificuldades financeiras do estaleiro estão afetando a região, que tem a indústria naval como principal atividade econômica. Só dos estaleiros da Ecovix foram demitidos 3,8 mil funcionários. Em seu auge a Ecovix, chegou a ter 12 mil funcionários. A expectativa dos trabalhadores demitidos é de que as rescisões trabalhistas sejam pagas à vista pela empresa.
O maior credor da Ecovix é a Petrobras, com R$ 4 bilhões a receber. A estatal, no entanto, fechou um acordo para receber os oito cascos de navios de produção de petróleo que ainda estavam em construção ou em fase final de ajustes. Entre os grandes credores nacionais, estão também os bancos Bradesco (R$ 600 milhões) e o Banco do Brasil (R$ 400 milhões).
Um outro investidor de grande porte é o fundo de pensão da Caixa (Funcef) - cotista do fundo RG Estaleiros, que é sócio da Ecovix. A Funcef tem R$ 300 milhões no negócio. Como detém debêntures da companhia, tenta fazer um arranjo para se tornar credora.
Sem os contratos com a Petrobras, o plano de recuperação da empresa deverá estar calcado na venda dos ativos dos estaleiros no Rio Grande do Sul. Com as medidas econômicas anunciadas nesta semana pelo governo federal, existe a expectativa de que o ativo se torne mais atrativo, já que até agora não houve interessados na compra da empresa, mesmo quando ainda tinha os contratos em vigência com a Petrobras.
Os problemas da Ecovix começaram quando a empresa foi arrastada pelas denúncias de corrupção na Operação Lava Jato, há dois anos. Os sócios do grupo Engevix foram presos em diferentes fases da operação. Neste tempo, a empresa tentou reestruturar a dívida e vender os estaleiros para algum investidor estrangeiro, sem sucesso. Durante o processo, inclusive, os sócios japoneses, liderados pela Mitsubishi, deixaram a sociedade no início de 2016.
Eles venderam a participação que detinham por R$ 1,00 reconhecendo prejuízo de US$ 300 milhões. A Ecovix nasceu quando a empresa ganhou uma licitação para construir oito cascos de navios de produção de petróleo, conhecidos como FPSO, para exploração do pré-sal. Os contratos com a Petrobras somavam cerca de US$ 3,5 bilhões.
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