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JC Contabilidade

- Publicada em 06 de Dezembro de 2016 às 15:59

Simples Nacional: sem medo de crescer

Bruno Quick, Gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae

Bruno Quick, Gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae


SEBRAE/DIVULGAÇÃO/JC
Mesmo em tempos de maior disputa política, há um tema de conciliação suprapartidária no Congresso Nacional e na sociedade: o desenvolvimento dos pequenos negócios, incluindo melhorias no regime tributário favorecido do Simples Nacional, conhecido por Supersimples. No dia 27 de outubro, foi sancionada a Lei Complementar nº 155/2016, que é a sétima atualização em 10 anos da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Uma das novidades que começam em 2018 é permitir que quem paga tributos pelo Simples deixe de ter medo de crescer sob pena de brusco aumento na carga tributária.
Mesmo em tempos de maior disputa política, há um tema de conciliação suprapartidária no Congresso Nacional e na sociedade: o desenvolvimento dos pequenos negócios, incluindo melhorias no regime tributário favorecido do Simples Nacional, conhecido por Supersimples. No dia 27 de outubro, foi sancionada a Lei Complementar nº 155/2016, que é a sétima atualização em 10 anos da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Uma das novidades que começam em 2018 é permitir que quem paga tributos pelo Simples deixe de ter medo de crescer sob pena de brusco aumento na carga tributária.
Por isso, a nova revisão contida foi batizada de Projeto "Crescer Sem Medo". Hoje, o Simples apresenta 20 faixas, com aumento de até 36,75% entre as alíquotas, que aumentam a cada R$ 120 mil. Com o novo texto, a partir de 2018, o número de faixas cai para seis, com intervalos mais largos, o que permite maiores receitas e menor tributação. Melhor ainda é que a nova atualização segue o salutar princípio da progressividade, utilizado com sucesso no Imposto de Renda (IR), ou seja, a nova alíquota incide apenas em cima do valor que excede a alíquota anterior.
Claro, o melhor dos mundos era fixar a correção automática do teto do Simples e a indexação plena da inflação desde 2012, quando foi fixado o teto de R$ 3,6 milhões. Mas é inegável que houve avanços. Só o aumento do teto para R$ 4,8 milhões representará uma desoneração de R$ 1,3 bilhão. Antes disso, não tínhamos nada.
Foi aprovado e já começou o parcelamento especial das dívidas tributárias que dobra o prazo de 60 para 120 meses. Cerca de 600 mil micro e pequenas empresas (MPEs) devem R$ 21,3 bilhões para a Receita Federal. A ampliação do prazo representa um fôlego a mais para que os pequenos negócios continuem com as portas abertas, gerando empregos, e sobretudo, para que permaneçam no Simples Nacional. Neste sentido, o Sebrae lançou, no dia 5 de dezembro, o Mutirão da Renegociação.
O objetivo é mobilizar e incentivar as empresas optantes pelo Simples Nacional com impostos atrasados a renegociarem seus débitos tributários, bancários, locatícios e com fornecedores com condições especiais. No Rio Grande do Sul, são 43.268 MPEs inadimplentes, colocando o Estado em 5º lugar, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Para 2018 ficou a criação do investidor-anjo para empresas inovadoras, aquelas pessoas que financiam com recursos próprios empreendimentos ainda em seu estágio inicial como, por exemplo, as startups. Além disso, o Crescer Sem Medo permite que os pequenos negócios do segmento de bebidas, como cervejas artesanais, vinhos e cachaças, possam optar pelo Simples Nacional, alternativa que deixará as empresas ainda mais competitivas, já que a concorrência com países vizinhos como Argentina, Uruguai e Chile é bem forte.
Como grande parte das empresas gaúchas é de pequeno porte, esta alteração na lei é uma conquista importante para estes empreendedores. Com a atualização da legislação, os empreendedores do meio rural também poderão optar pela sistemática do microempreendedor individual (MEI). Aliás, o teto do MEI saltará de R$ 60 mil para R$ 81 mil (média de R$ 6.750 mensais).
Certamente, o reajuste do teto do Simples continuará na agenda das entidades empresariais, do Sistema Sebrae e da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa. Vale destacar, ainda, que inexiste qualquer armadilha para o empreendedor. É ele que opta ou não pelo Simples, como milhões já fizeram desde 2016 e outros tantos vão fazer após a próxima revisão da Lei Geral, em um ciclo contínuo de aperfeiçoamento.
Gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae
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