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Finanças pessoais

- Publicada em 26 de Dezembro de 2016 às 11:46

Desemprego eleva abertura de empresas

Maioria dos registros são de microempreendedores individuais

Maioria dos registros são de microempreendedores individuais


DIVULGAÇÃO/JC
O número de empresas abertas entre janeiro e setembro de 2016 aumentou 1,3%, somando 1.542.967 de novas companhias. Foi a maior quantidade já registrada desde 2010, segundo o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas. Apesar de ter atingido um recorde no período, em setembro último comparado a igual mês do ano passado, houve retração de 6% com o surgimento de 162,9 mil empresas.
O número de empresas abertas entre janeiro e setembro de 2016 aumentou 1,3%, somando 1.542.967 de novas companhias. Foi a maior quantidade já registrada desde 2010, segundo o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas. Apesar de ter atingido um recorde no período, em setembro último comparado a igual mês do ano passado, houve retração de 6% com o surgimento de 162,9 mil empresas.
Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, o crescimento do desemprego é que está estimulando o empreendedorismo. "Pessoas que perderam seus empregos estão abrindo novas empresas visando alguma renda dadas as dificuldades econômicas atuais", diz a nota técnica da Serasa.
A maior parte dos registros (79,1%) são de MEIs (Microempreendedores Individuais) que, em 2010, representavam menos da metade (45,9%). Segundo a pesquisa, a crescente formalização dos negócios no Brasil é responsável pelo aumento constante dos MEIs. Nos nove primeiros meses deste ano, este gênero cresceu 5,3%, atingindo 1.159.388 novas ações.
Em relação às Sociedades Limitadas, foram criadas 133.340 unidades, 12,9% abaixo do mesmo período do ano passado. Também diminuiu em 22,1% o surgimento de Empresas Individuais em um total de 101.498 novos negócios. Já as novas empresas de outras naturezas cresceram 9,1% (87.600).
Entre os segmentos que mais cresce está o de prestação de serviços com uma participação de 62,9% e um total acumulado até setembro de 970.664 novas empresas. Neste setor, segundo a Serasa, o crescimento tem sido constante desde 2010 quando era 53% do total de empresas criadas.
O segundo maior interesse em empreender é no ramo comercial (439.487 empresas e 28,5% do total). Neste caso, caiu a participação em comparação a 2010 (35,6%). Em terceiro lugar na lista de atratividade para empreender aparece a área industrial (128.474 empresas e 8,3% do total).
O maior número de empresas abertas foi verificado na região Sudeste (798.054), onde se concentram mais da metade dos novos empreendimentos (51,7%). Em seguida, aparece o Sul do país (257.784) com taxa de participação em 16,7% ; o Nordeste (257.515 empresas e a mesma taxa do Sul, 16,7%); o Centro-Oeste (134.962 empresas e taxa de 8,7%) e o Norte (73.594 novas empresas e taxa de 4,8%).
Mas foi no Sul do País que houve mais crescimento entre janeiro e setembro com alta de 2,4%, seguido do Sudeste (2,2%). Nas outras regiões, ocorreram quedas: Nordeste (-6,0%), Norte (-3,9%) e Centro-Oeste (-3,5%). O estado de São Paulo registrou o maior número de empresas abertas (435.461), o correspondente a 28,2% dos novos empreendimentos. Em Minas Gerais surgiram 169.815 empresas (11,% do total) e no Rio de Janeiro (166.880 e 10,8% do total).

Crise de crédito tirou R$ 1 tri da economia

Nos últimos 12 meses, cerca de R$ 1 trilhão deixou de circular na economia brasileira. Essa montanha de dinheiro equivale aos créditos bancários que foram sendo pagos pelos devedores e não retornaram ao mercado na forma de novos empréstimos, bem como à expansão natural do mercado, que não ocorreu.
Isso significa uma queda de 25% em relação ao que deveria estar circulando se a economia estivesse operando em níveis "normais". O volume de crédito bancário que gira na economia hoje é equivalente ao disponível em 2012. Para os especialistas, isso mostra que o Brasil vive uma "crise de crédito" e não sairá da recessão se esse nó não for desatado.
O levantamento foi feito pela gestora de recursos Rio Bravo Investimentos, com base nas variações do estoque de crédito monitorado e divulgado pelo Banco Central. O curioso é saber o que motivou o levantamento. O economista da Rio Bravo, Evandro Buccini, ficou incomodado porque os indicadores de confiança na economia permaneciam otimistas, mas os índices sobre a situação atual não melhoravam. E pior: a recessão se aprofundava. "Fomos checar as componentes do nosso modelo, que traça cenários, e nos deparamos com essa queda no crédito. Está explicado: sem crédito, sem dinheiro, a economia não vai mesmo reagir", diz.
Segundo Buccini, a partir desse dado, fica mais claro que, apesar de União, Estados e municípios estarem com sérios problemas nas contas públicas, que precisam ser sanados, o fiscal não é cerne da recessão. O que vem corroendo a economia é o que a literatura econômica chama de "credit crunch", crise de crédito. No caso do Brasil, originada e realimentada pela explosão das dívidas.
A economista Zeina Latif, da XP investimentos, há meses alertava para essa questão e lembra que o enrosco tem duas pontas. De um lado estão devedores enforcados. Cerca de 22% do orçamento familiar está comprometido com o pagamento de juros de dívidas e praticamente metade das empresas tem geração de caixa inferior às suas despesas financeiras. Ou seja: os tomadores de crédito precisam digerir altas concentrações de dívidas. De outro lado estão os bancos, que já renegociaram débitos, ainda temem o calote e não querem - nem podem - correr o risco de emprestar mais em meio a uma recessão sem prazo para terminar. Trata-se exatamente do que parece ser: um círculo vicioso, que só vai se encerrar com o pagamento das dívidas.
Quando Zeina falou na primeira reunião do Conselhão, em Brasília, que a "lua de mel" com o mercado estava em risco, e o governo precisava ser mais ágil para reanimar a economia, tratava, em parte, dessa questão.

Empréstimo com penhor de bens cresceu neste ano

Penhorar uma joia que é herança de família pode ser uma decisão difícil, mas é uma opção relativamente descomplicada para quem precisa de dinheiro rápido.
O professor de finanças da escola de negócios Saint Paul, Humberto Rocha, vai direto ao ponto. "Sentimento não vai ajudar a pagar os juros do rotativo nem a conta que acabou de vencer." Segundo ele, essa modalidade é a última opção para quem está no vermelho, mas que tende a aumentar em tempos de crise e aperto no orçamento.
O penhor permite levantar dinheiro ou uma linha de crédito - a última opção é uma operação restrita à Caixa Econômica Federal. De janeiro a outubro, o penhor viabilizou R$ 11 bilhões de empréstimos no banco estatal em 7,7 milhões de operações, 11,9% a mais que em 2015.
A linha de crédito da Caixa tem juros de 2,1% ao mês e não precisa de análise cadastral ou avalista. Os limites de crédito podem chegar até 85% do valor da garantia e a parcela mínima do empréstimo é de R$ 50,00. São aceitas joias, relógios ou canetas.
Humberto, da Saint Paul, acredita que boa parte das pessoas que recorrem ao produto são idosos que foram diminuindo seu poder aquisitivo ao longo da vida. Para o professor, a escolha é acertada, principalmente quando o rotativo do cartão de crédito é uma das linhas de emergência frequentemente acionadas pelos consumidores, com taxa de juros de 15,7% ao mês. Além do orçamento apertado, o professor acredita que outra motivação para o crescimento do penhor é a mudança do consumidor.