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Empresas & Negócios

- Publicada em 02 de Dezembro de 2016 às 17:51

O agro é pop

O agro é tech, o agro é pop, o agro é riqueza, em recente anúncio publicitário, a grande mídia despertou para a importância do agronegócio na produção de riqueza do Brasil, uma das poucas fronteiras agrícolas do planeta que ainda tem espaço para crescer, seja em áreas agricultáveis, seja em aumento de produtividade via tecnologia.
O agro é tech, o agro é pop, o agro é riqueza, em recente anúncio publicitário, a grande mídia despertou para a importância do agronegócio na produção de riqueza do Brasil, uma das poucas fronteiras agrícolas do planeta que ainda tem espaço para crescer, seja em áreas agricultáveis, seja em aumento de produtividade via tecnologia.
Este salto que a agricultura deu nos últimos anos, por meio do crédito barato e abundante, foi a mola propulsora deste desempenho saindo de um patamar de 10 anos passados da produção de cerca de 90 milhões para aproximadamente 210 milhões de toneladas de grãos no ano de 2016, e há espaço para aumentar ainda mais, só não está atingindo por questões de infraestrutura (veja a questão de estradas, pontes, acessos, que se apresentam em péssima qualidade).
Se, por um lado, os produtores abriram novas fronteiras agrícolas, os governos municipais, estaduais e, principalmente, o federal não tiveram pernas para acompanhar tamanho desempenho da agricultura, o que, para alguns, é chamada indústria sem chaminé, pois o que um produtor investe na terra, em adubos (em sua maior parte originários de matérias-primas importadas), sementes, máquinas, implementos, muitas vezes supera o que em uma média ou grande indústria iria o empresário investir.
Soma-se a isso a questão da infraestrutura, armazenagem, que não é suficiente para atender às grandes safras e, então, vemos cenas de produtores colhendo os grãos e deixando-os expostos no chão sem cobertura. Em um Brasil continental, são apenas pouco mais de 10 portos onde podem ser atracados os navios de grande calado para levarem a soja e o milho. 
Porém os estrategistas e pensadores do agronegócio brasileiro têm que estar atentos à prática da monocultura, ou melhor, da bicultura (soja e milho). Digo isso para lembrar que o Brasil ainda é um importador de trigo, feijão, milho pipoca, girassol, painço, alpiste (esses dois últimos sementes para ração de pássaros), grão-de-bico, linhaça, um paradoxo, dado o tamanho da nossa agricultura.
Em se tratando do caso do trigo, consumimos 12 milhões de toneladas e produzimos apenas quando temos safras cheias 5,5 milhões de toneladas, porque não temos um clima favorável, e mesmo que a genética tenha melhorado não conseguimos atingir uma sustentação de produzir trigo para atender o mercado brasileiro. 
E existe, por parte dos produtores, um desestímulo grande, pois, quando dá colheita do trigo, e os preços estão com um razoável rendimento, tão logo entre no mercado as primeiras ofertas do trigo novo, os preços "derretem", com queda de mais de 60% nos preços, e então fica declarada a guerra entre a indústria moageira e os produtores de trigo.
O fortalecimento do sistema de compras das safras de grãos por parte da Conab seria de vital importância para manter a garantia de preços mínimos dos produtos colhidos durante a safra e que, dada a superoferta, acabam remunerando às vezes até abaixo dos custos de produção. Uma vez mantido este equilíbrio entre a demanda e oferta, todos sairiam ganhando.
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