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Política

- Publicada em 22 de Novembro de 2016 às 19:26

Mulher de Cabral se cala na Polícia Federal

A mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), advogada Adriana Ancelmo, se calou na Polícia Federal quando questionada sobre contratos de seu escritório com empresas e concessionárias de serviços públicos durante os dois mandatos do marido (2007/2014). Adriana invocou apenas o "direito de permanecer em silêncio, em razão do dever de seu sigilo profissional".
A mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), advogada Adriana Ancelmo, se calou na Polícia Federal quando questionada sobre contratos de seu escritório com empresas e concessionárias de serviços públicos durante os dois mandatos do marido (2007/2014). Adriana invocou apenas o "direito de permanecer em silêncio, em razão do dever de seu sigilo profissional".
Naquele período, segundo rastreamento da Operação Calicute - desdobramento da Lava Jato que prendeu Sérgio Cabral em caráter preventivo e o mandou para Bangu 8 -, o faturamento da banca Ancelmo Advogados bateu em R$ 73,1 milhões. Parte dessa quantia saiu de contratos com empresas públicas.
Questionada pela PF, que a conduziu coercitivamente para depor no dia da deflagração da Calicute, a advogada afirmou que pode comprovar todos os pagamentos recebidos por seu escritório. Ela informou à PF que "atua na advocacia desde 1995; que atua na área cível, trabalhista, societária, órfãos e sucessões, ambiental, em geral, todas as áreas, exceto a criminal".
"Deseja consignar que possui comprovação de todos os serviços prestados e de todos os pagamentos recebidos pelo escritório de todos os seus clientes", afirmou.
Os federais indagaram Adriana sobre a coleção de vestidos que ele adquiriu com dinheiro vivo, ao preço total de R$ 57 mil. Ela declarou que "não tem costume" de comprar vestidos com pagamentos em espécie. Disse, ainda, que "não tem conta no exterior".
Na lista de pagamentos em espécie feitos por Adriana, o Ministério Público Federal apontou para R$ 57.038,00 desembolsados em seis vestidos de festa.
O valor dos vestidos de festa, segundo os investigadores, foi dividido em sete vezes. Em 7 de janeiro de 2014, Adriana Ancelmo fez quatro depósitos, um de R$ 5.238,00 e três de R$ 9.900,00. Em março seguinte foram três depósitos: um no dia 19 no valor de R$ 6.100,00 e dois no dia 20 nos valores de R$ 7 mil e de R$ 9 mil.
A PF insistiu com Adriana sobre gastos em dinheiro em espécie. A Lava Jato investiga pagamentos dessa natureza realizados pela mulher de Sérgio Cabral e investigados ligados a ele.
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