Depois de a Justiça decretar ontem a prisão preventiva do vereador de Alvorada Vanio Presa (PMDB), o Ministério Público considera foragido o parlamentar, que vem sendo investigado desde março deste ano por supostamente chefiar um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de crimes contra a administração pública, tráfico e agiotagem. Segundo o MP, foram lavados cerca de R$ 1 milhão pelo grupo.
Em entrevista coletiva, o promotor do MP Marcelo Tubino falou da Operação Alderman, que cumpriu sete mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade, pizzarias, uma residência e veículos.
"A investigação identificou uma organização criminosa, chefiada pelo vereador de Alvorada, que usava pessoas jurídicas para lavar capital ilícito oriundo do tráfico, crimes contra a administração pública e agiotagem. Usavam também o nome de terceiros para fixar o patrimônio irregular", falou Tubino.
Segundo o MP, o mandado de prisão decretado contra o vereador se deve a tentativas de obstrução da investigação, além da garantia da ordem econômica, aplicação da lei penal e garantia da ordem pública. Presa foi afastado do cargo.
Além disso, foi determinado o bloqueio de bens do grupo criminoso em contas correntes, imóvel no litoral norte gaúcho e dois imóveis em Alvorada, além de cinco veículos. De acordo com os promotores que investigam o caso, há fortes indícios de que parte dos valores serviu para financiar a campanha do prefeito eleito de Alvorada em 2016, Apollo do Amaral (PMDB).
O parlamentar já responde a ações judiciais por fraudes em licitações, além de ser investigado por desvio de verbas de diárias e por possuir "assessores fantasmas", que recebiam remuneração pela Câmara de Vereadores, mas trabalhavam nas pizzarias do vereador, que se apropriava de parte dos salários deles.