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Política

- Publicada em 06 de Novembro de 2016 às 16:31

Empresários cobram ação mais forte do Congresso

Presidente Rodrigo Maia é o mais procurado para

Presidente Rodrigo Maia é o mais procurado para


AFP/JC
Prevendo o que têm chamado de um cenário de terra arrasada, importantes setores da economia iniciaram uma série de conversas com parlamentares para pressionar o Congresso a aprovar medidas capazes de limitar possíveis danos provocados pelo avanço da Lava Jato.
Prevendo o que têm chamado de um cenário de terra arrasada, importantes setores da economia iniciaram uma série de conversas com parlamentares para pressionar o Congresso a aprovar medidas capazes de limitar possíveis danos provocados pelo avanço da Lava Jato.
Pesos pesados do PIB abraçaram nos bastidores projetos como a anistia ao caixa-2 e o novo marco para acordos de leniência sob o argumento de que é preciso criar mecanismos legais que garantam punição aos que praticaram crimes, mas impeçam a "quebradeira generalizada" do País.
A articulação ganhou corpo nas últimas semanas, com a prisão de dois personagens conhecidos pela forte interlocução com o universo privado: o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-ministro Antonio Palocci (PT).
Pessoas próximas a Cunha têm dito que é um erro limitar o potencial bélico do ex-presidente da Câmara ao universo político. O ex-deputado, reconhecem, não conseguirá, nessa esfera, fazer mais estragos do que a delação firmada por executivos da empreiteira Odebrecht.
Ele, porém, poderá arrastar, "com facilidade, mais uns cinco setores da economia para dentro da Lava Jato", hoje muito focada em irregularidades cometidas por empreiteiras, ressaltam. O mesmo pode acontecer se Palocci - que por anos foi a ponte entre o PT e o mercado - decidisse tentar uma delação.
Diversos grupos empresariais (entre eles, bancos, mineradoras, empresas de telefonia, aviação e portos) teriam manifestado preocupação com esse cenário, junto a ministros, ex-ministros, deputados e advogados.
O principal e maior argumento é o de que é preciso "diferenciar, de alguma forma, quem participou de um esquema de desvio de recursos" dos que incorreram no chamado caixa-2, fazendo doações eleitorais sem declará-las. Os debates começaram de forma discreta, mas já há um ensaio para formalizar essas demandas.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - peça central nesse tabuleiro de interesses -, participou de uma agenda na qual a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e as centrais sindicais reivindicaram a aprovação da nova Lei de Leniência. Segundo pessoas que têm acompanhado essas conversas, o presidente da Câmara é hoje uma das figuras mais acionadas pelo empresariado. Procurado pela Folha, ele disse que "esses temas têm aparecido como sintomas de preocupação".
"A leniência, por exemplo, é demanda das centrais patronais e trabalhistas. E há a tentativa de, dentro das 10 medidas (elaboradas pelo Ministério Público contra a corrupção) resolver a criminalização do caixa-2", afirma.
"Mas não há, em nenhum deles, uma fórmula que se permita dizer que já há um caminho para avançar."
Há uma tentativa de fazer com que acordos de leniência, restritos hoje ao universo cível, passem a ter repercussão penal, podendo livrar criminalmente diretores das empresas que firmarem o trato, com a possibilidade de continuarem habilitados a prestar serviço para o governo.
Segundo Vicente Cândido (PT-SP), presidente da Comissão Especial que debate a Lei de Leniência, os acordos com repercussão penal "não são novidade" e estão previstos em lei. A mais rumorosa das mudanças debatidas na Câmara dos Deputados, que prevê uma espécie de anistia para o caixa-2 passado e criminaliza só o que for feito daqui para frente, é vista como "fundamental" pelos empresários.
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