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operação Lava Jato

- Publicada em 03 de Novembro de 2016 às 17:04

Antonio Palocci beneficiou Grupo Odebrecht, diz MPF

Antonio Palocci atuou de forma ilícita em favor da empreiteira

Antonio Palocci atuou de forma ilícita em favor da empreiteira


Heuler Andrey/AFP/JC
O ex-ministro Antonio Palocci (PT) é acusado de atuar de forma "ilícita" para beneficiar o Grupo Odebrecht na contratação pela Petrobras de estaleiros nacionais para construção de plataformas e navios-sonda para exploração de petróleo dos campos do pré-sal. Um negócio de mais de US$ 21 bilhões, que envolveu a criação da empresa Sete Brasil.
O ex-ministro Antonio Palocci (PT) é acusado de atuar de forma "ilícita" para beneficiar o Grupo Odebrecht na contratação pela Petrobras de estaleiros nacionais para construção de plataformas e navios-sonda para exploração de petróleo dos campos do pré-sal. Um negócio de mais de US$ 21 bilhões, que envolveu a criação da empresa Sete Brasil.
É o que afirma o Ministério Público Federal (MPF) em denúncia criminal contra o petista, que será analisada nesta semana pelo juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba.
Em novo depoimento prestado à força-tarefa da Lava Jato, no dia 11 de outubro, o ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado Delcídio Amaral afirmou que Palocci participou - mesmo fora do governo - da formação da Sete Brasil, sociedade da Petrobras com os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander, os fundos de pensão federais Petros e Previ e o fundo de pensão da Vale do Rio Doce.
A empresa foi responsável pela contratação de estaleiros para fornecimentos de 28 plataformas e sondas para a Petrobras, alvo de corrupção.
"O modelo de cobrança de propina, que já existia na Petrobras, foi levado também à Sete Brasil", afirmou Delcídio, que virou delator da Lava Jato após ser preso, em novembro de 2015, tentando comprar o silêncio do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró. "Palocci participou de toda estruturação econômica da Sete Brasil."
A Sete Brasil foi criada em 2011. Cinco estaleiros foram contratados para fornecer equipamentos para exploração do petróleo do pré-sal. O estaleiro Atlântico Sul, da Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e de investidores japoneses, é responsável pela construção de sete sondas. O estaleiro Brasfels, do grupo estrangeiro Kepell Fels, de Cingapura, é responsável por seis sondas. O estaleiro Jurong Aracruz, do grupo estrangeiro SembCorp Marine, também de Cingapura, é responsável por outras sete sondas. O estaleiro Enseada do Paraguaçu, controlado por Odebrecht, OAS, UTC e o grupo japonês Kawasaki, é responsável por mais seis sondas. Por fim, o estaleiro Rio Grande, controlado pela Engevix, é responsável pela construção de três sondas.
Coordenador da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, Palocci virou o primeiro ministro da Fazenda dos governos do PT.
 

Marqueteiro Duda Mendonça cita caixa-2 em campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo

O marqueteiro Duda Mendonça disse ao Ministério Público Federal (MPF) que recebeu da empreiteira Odebrecht, por meio de caixa-2, parte dos pagamentos de marketing realizado para a campanha de Paulo Skaf (PMDB) ao governo do São Paulo, em 2014, segundo a edição do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira.
A declaração faz parte de uma tentativa de acordo de delação premiada que o marqueteiro está negociando com o MPF há cerca de dois meses. Duda optou por procurar a Procuradoria-Geral da República (PGR) depois de ser informado que seu nome e o episódio relatado constarão na delação premiada da empreiteira com a Lava Jato.
A Odebrecht teria repassado o dinheiro para a campanha política do então candidato peemedebista e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para quitar despesas de marketing, por meio do Setor de Operações Estruturadas, que, segundo as investigações, seria o departamento de propinas da empreiteira.
Na ocasião, o marqueteiro foi representado por advogados no MPF por duas vezes até o momento. A PGR ainda não se manifestou efetivamente sobre a delação. Dependerá da relevância das informações prestadas, na opinião dos procuradores, como em todas as propostas que chegam.
De acordo com a prestação de contas de Skaf em 2014 registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Votemim Escritório de Consultoria Ltda., de Duda Mendonça e outros sócios, recebeu sete pagamentos oficiais, totalizando o montante de 4,1 milhões de reais. A conta dos serviços de marketing da campanha, porém, ultrapassou este valor. O restante foi desembolsado para Duda por meio de caixa-2. Antes de cuidar da campanha de Skaf, Duda trabalhou na campanha presidencial vitoriosa do ex-presidente Lula em 2002.
O marqueteiro foi absolvido de acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas no processo do mensalão, em 2012. Na 35ª fase da Lava Jato, batizada de Omertá, a Polícia Federal tentou cumprir mandado de condução coercitiva de um dos diretores das empresas do marqueteiro, mas ele estava fora do País. Eugênio de Jesus Neto apareceu em relatório do MPF como receptor de dinheiro em espécie da Odebrecht.

'Delator-bomba', Paulo Roberto Costa tira tornozeleira

Primeiro delator da Operação Lava Jato a revelar o esquema de corrupção envolvendo partidos políticos na Petrobras, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi à sede da Justiça Federal do Paraná na tarde desta quinta-feira para retirar a tornozeleira eletrônica. Ele passará a cumprir apenas quatro horas de serviços comunitários e, por determinação do juiz Sérgio Moro, deve ainda apresentar relatório trimestral de atividades. Atualmente, ele mora no Rio de Janeiro.
Ele confessou ter sido indicado para o cargo pelo PP, em troca de arrecadar propina para o partido. A Diretoria de Abastecimento, comandada por Costa, era a responsável por grandes volumes de investimentos da petrolífera, como o da Refinaria Abreu e Lima, em Recife.
Depois de fechar o acordo, Costa cumpriu prisão domiciliar e, em outubro de 2015, passou a cumprir regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica e permanecendo em casa à noite e nos fins de semana. Pelo acordo, Costa poderia deixar de usar a tornozeleira e progredir para o regime aberto desde 1 de outubro de 2016, mas, ainda assim, foi preciso negociar com o Ministério Público Federal e obter autorização judicial.