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operação Lava Jato

- Publicada em 02 de Novembro de 2016 às 16:07

Cunha chama Temer e Lula como testemunhas

Eduardo Cunha recebeu US$ 1,5 milhão em conta na Suíça

Eduardo Cunha recebeu US$ 1,5 milhão em conta na Suíça


HEULER ANDREY/AFP/JC
Em sua defesa prévia, protocolada na noite de terça-feira passada, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou como testemunhas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Michel Temer (PMDB). Também foram citados Henrique Eduardo Alves (PMDB), ex-ministro do Turismo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT); o ex-senador Delcídio do Amaral; e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; entre outros 17 nomes.
Em sua defesa prévia, protocolada na noite de terça-feira passada, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou como testemunhas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Michel Temer (PMDB). Também foram citados Henrique Eduardo Alves (PMDB), ex-ministro do Turismo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT); o ex-senador Delcídio do Amaral; e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; entre outros 17 nomes.
Cunha é réu na Operação Lava Jato sob as acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele foi preso preventivamente no dia 19 de outubro, sob ordens do juiz federal Sérgio Moro, que passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato. Segundo a acusação, Cunha recebeu aproximadamente US$ 1,5 milhão em uma conta na Suíça. O valor é referente a um contrato da estatal no Benin, país do oeste da África.
A propina teria como objetivo garantir sustentação política para Jorge Luiz Zelada na área internacional da Petrobras. Cunha também é acusado de lavagem de dinheiro por tentar mascarar as movimentações bancárias fora do País.
Na peça, a defesa de Cunha negou as acusações e pediu a rejeição da denúncia. "O defendente requer que caso Vossa Excelência não rejeite a denúncia contra ele apresentada, nem o absolva sumariamente, nos termos pleiteados, ordene a diligência abaixo requerida, ouça as testemunhas arroladas e, ao fim, julgue improcedente a acusação, absolvendo-o de todas as imputações lhe formuladas."
Os advogados de Cunha também pedem que a Shell forneça cópia do procedimento de contratação dos poços de petróleo no Benin. "Por meio dessa diligência, pretende-se provar que o contrato investigado nos presentes autos foi celebrado em conformidade com as regras do mercado e não, ao contrário do que diz o MPF, em razão de propina paga ao defendente", sustenta a defesa.
Já o Planalto foi informado de que Eduardo Cunha está mandando recados ao governo e a aliados no Congresso de que fechará acordo de delação caso sua família fique mais exposta à Lava Jato.

Palocci era software; e João Vaccari Neto, hardware, diz Delcídio Amaral

O senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou à força-tarefa da Operação Lava Jato que o ex-ministro Antonio Palocci (PT) era o "software", que pensava os projetos do governo em benefício do PT, e que os ex-tesoureiros João Vaccari Neto, do partido, e José de Filippi Júnior, das campanhas presidenciais de 2006 e 2010, eram o "hardware", que executavam a arrecadação de propina com empresas beneficiadas no governo petista.
"Antonio Palocci sempre atuava na formatação dos grandes projetos do governo", afirmou Delcídio, delator ouvido no dia 11 de outubro, em denúncia apresentada contra Palocci pelos procuradores da Lava Jato, em Curitiba. "Palocci era como se fosse o software do Partido dos Trabalhadores, enquanto João Vaccari e José de Filippi eram hardware, ou seja, executores daquilo que Antonio Palocci pensava e estruturava."
Palocci foi acusado formalmente à Justiça Federal no dia 28 de outubro, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele está preso em Curitiba, preventivamente, desde o dia 26 de setembro. Vaccari, preso desde 15 abril de 2015, foi condenado em pelo menos dois processo julgados pelo juiz Sérgio Moro e é réu em outros, acusado de ser o principal operador do recebimento e cobrança de propinas em nome do PT. Filippi, ex-prefeito de Diadema e ex-secretário do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), é apontado por delatores como recebedor de propinas.