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Opinião

- Publicada em 28 de Novembro de 2016 às 17:20

Fidel e o mimeógrafo

Renato Levy
Fidel Castro foi o meu herói dos 18 anos. Foi também de toda a minha geração, pois ficamos incandescidos com aquela ação surpreendente dos primeiros dias do ano de 1959. A ação revolucionária que nos chegou pelas rádios e jornais era algo diferente. Sabíamos do poder de ditaduras que se instalaram no continente, mas a derrubada de uma delas nos impactou profundamente.
Fidel Castro foi o meu herói dos 18 anos. Foi também de toda a minha geração, pois ficamos incandescidos com aquela ação surpreendente dos primeiros dias do ano de 1959. A ação revolucionária que nos chegou pelas rádios e jornais era algo diferente. Sabíamos do poder de ditaduras que se instalaram no continente, mas a derrubada de uma delas nos impactou profundamente.
Ainda mais porque todas as notícias que recebíamos diziam que a revolução era uma atitude contra o imperialismo e o capitalismo. As praias da ilha de Cuba, que era território exclusivo dos potentados e exploradores norte-americanos, passariam a ser desfrutadas pelo povo cubano e assim por diante.
Naqueles idos de 1959, me preparava para entrar na faculdade, e as ideias políticas e sociais pululavam na minha cabeça, e o instrumento que eu dispunha para divulgá-las era a minha Lettera 22 e o mimeógrafo do grêmio estudantil. Datilografava o estêncil, tirava as cópias que fossem possíveis e as distribuía entre os amigos e colegas. Era assim que eu e muitos daquela geração propagandeávamos os nossos ideais e ações.
Mais de 50 anos se passaram. Tenho certeza que muitos que estão lendo este texto só conhecem máquina de datilografia e mimeógrafo através de fotos e reproduções. Neste meio século, tudo mudou em todos os campos do conhecimento. A identificação do DNA e a universalização da comunicação instantânea modificaram completamente os conhecimentos que tínhamos anteriormente.
Os movimentos sociais de massa deste século XXI estão a nos demonstrar que aqueles conceitos sociais e jurídicos que me ensinaram na universidade já não mais representam a realidade de nossos dias.
A migração constante e mundial de consideráveis massas humanas em busca de um território onde possam fugir de guerras está demonstrando que aquela definição de que Estado soberano se compõe de governo, povo identificado e território determinado já não é bem assim. Tudo mudou nestes 50 anos, menos a ditadura cubana imposta com muito sangue derramado.
Algo continua fora da realidade de nossos dias.
Advogado em Santana do Livramento/RS
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