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Opinião

- Publicada em 18 de Novembro de 2016 às 16:34

Corrupção está perdendo para o ordenamento legal

Com a prisão de dois ex-governadores de um  estado que é um autêntico ícone do Brasil por todos motivos conhecidos, novamente a opinião pública nacional fica com dois sentimentos. O primeiro, geralmente de tristeza e revolta, por saber das entranhas e acordos espúrios para surrupiar dinheiro dos tesouros oficiais.
Com a prisão de dois ex-governadores de um  estado que é um autêntico ícone do Brasil por todos motivos conhecidos, novamente a opinião pública nacional fica com dois sentimentos. O primeiro, geralmente de tristeza e revolta, por saber das entranhas e acordos espúrios para surrupiar dinheiro dos tesouros oficiais.
Mas, ao mesmo tempo, o alívio por ver que tudo está sendo descoberto e os autores levados às barras da Justiça. Não há corrupção que esteja acima da lei e da sociedade e as instituições, fazendo o seu trabalho, estão e continuarão desarticulando a teia de desvios de governos, esteja em qualquer lugar que tenha feito o seu nefasto caminho.
Se enfrentarmos a verdade sem pânico, com os mecanismos legais ao lado da sociedade, entenderemos que não há outro significado para o que ocorreu no Rio de Janeiro, um estado hoje mergulhado na pior crise financeira da sua história, o qual foi, segundo procuradores da União e auditores da Receita Federal, assaltado por empreiteiras e servidores públicos ainda por ocasião da Copa do Mundo de 2014. Obras que, naquela ocasião, levantavam críticas, enquanto o então governador Sérgio Cabral acumulava elogios. Muito triste, pois, um dia antes, o também ex-governador Anthony Garotinho foi preso, rebelando-se ao ser transferido para a prisão, como Sérgio Cabral.
Temos que passar por este autêntico calvário onde a ética foi esquecida. Pelo menos por um mínimo de respeito para com os concidadãos fluminenses, hoje sob o tacão da austeridade a qualquer preço a fim de que, em 2017, pelos menos os vencimentos dos ativos e as aposentadorias e pensões possam ser pagas. É o de menos que um governante tem a obrigação de fazer, mantendo seus servidores e inativos com os pagamentos para honrar seus compromissos. Como boa parte da arrecadação estadual vem do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), também ajuda na melhoria do caixa do Tesouro.
O consolo é que, mais dia ou menos dia, agindo em uníssono com procuradores federais e auditores da Receita Federal, a Justiça fará o seu trabalho. Com certeza recebendo aplausos da população que mantém todo um caro aparato oficial e, depois, vê as vigarices sendo descobertas com de R$ 223 milhões surrupiados do erário, no caso do Rio de Janeiro.
Jamais antes os policiais federais, a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público demonstraram tanta independência como agora. Sabemos que os brasileiros, com o que tem ocorrido, não deixarão de se sentir desconsertados, de terem dúvidas e de formular novas perguntas sobre como e por que isso aconteceu.
Os que sustentam a máquina pública brasileira, ou seja, a maioria dos empresários de todos os setores e os trabalhadores públicos e privados estão enojados com a corrupção que é descoberta semanalmente.
O trabalho conjugado que vem sendo feito por várias instâncias da Justiça, precisa, deve e continuará sendo feito. É isso que o povo quer, sem mais delongas ou procrastinações.
Há uma vontade nacional de que a corrupção seja combatida até as raias da máxima legalidade e por todos os meios possíveis. Caso contrário, estaremos citando o pensamento do inesquecível tribuno Ruy Barbosa, quando afirmou, há quase 100 anos, que "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos homens, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto".
 
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