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Opinião

- Publicada em 08 de Novembro de 2016 às 17:56

O negro invisível e Machado de Assis

Volta e meia, vem à baila a questão: o mulato Machado de Assis se assumia ou não como negro? E isso se repetiu, recentemente, através da imprensa da Capital.
Volta e meia, vem à baila a questão: o mulato Machado de Assis se assumia ou não como negro? E isso se repetiu, recentemente, através da imprensa da Capital.
Como sou daqueles que entendem que há uma invisibilidade do negro, principalmente nos meios de comunicação social, tais questionamentos me incomodam bastante.
Sim: em 1989, quando das comemorações do sesquicentenário de nascimento do maior escritor brasileiro - Machado de Assis -, o Senado Federal editou a obra o "Velho Senado". Foi dada preferência, nessa obra, às crônicas parlamentares, às escritas para jornais e reproduzidas em livros, contendo, principalmente, críticas à política e à vida social do País.
Mas - pasmem! - nas suas mais de 500 páginas não foi incluída uma crônica de Machado que contém críticas veementes ao regime escravocrata do Brasil, aos políticos e à elite do País. Na época, me atrevi e solicitei à direção da Biblioteca do Senado cópia da mencionada crônica - publicada em 19 de maio de 1888 - que, há anos, já a conhecia.
Mas, sem desconhecer o mérito da obra "O Velho Senado", me senti como se, realmente, tivesse levado muitas chibatadas.
Sim: se o mulato Machado de Assis - como muita gente teima em afirmar, se embaraçava com a própria cor, como poderia continuar se manifestando contra a escravidão, os políticos e à elite brasileira? Como?
Um descuido dos pesquisadores da memorável obra? E o prezado leitor, o que acha disso tudo?
Jornalista
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