Em sua última viagem internacional como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um discurso em Atenas, na Grécia, sobre os desafios da democracia. No mesmo ano em que o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia e os EUA elegeram o republicano Donald Trump para a presidência, Obama afirmou que "a história nos dá esperanças".
À tarde, Obama rumou para Berlim, na Alemanha, onde se encontra hoje com a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, o premiê italiano, Matteo Renzi e a premiê britânica, Theresa May. Sua tarefa é tentar convencer os aliados europeus a de fato ter esperanças na manutenção da relação com os EUA, em meio aos temores trazidos pela inesperada eleição de Trump. A transição norte-americana é vista com apreensão pela União Europeia.
Obama reconheceu que há desafios na democracia, exacerbados pela globalização e pela distância entre os governos e os cidadãos. "Democracia é simples quando todo o mundo se parece. É mais difícil quando há pessoas vindas de uma variedade de contextos tentando viver juntos", disse, referindo-se à recente crise dos refugiados na Europa. "Em nosso mundo globalizado, com a migração de pessoas, a mistura de forças em muitas vezes causa tensões e acentua diferenças."
Trump criticou durante a campanha a participação dos EUA na Otan (aliança militar ocidental), exigindo maior contribuição europeia ao orçamento e questionando a obrigação de defender os aliados no caso de haver um ataque da Rússia - um dos fundamentos desse tratado. A própria aproximação entre Trump e Vladimir Putin, presidente russo, causa ansiedade, já que Rússia é a principal rival da Otan.
Em seu discurso em Atenas, Obama também afirmou que o mundo precisa proteger-se contra o crescimento dos movimentos nacionalistas, no que foi entendido como uma crítica indireta a Trump. O presidente citou a Europa como exemplo ao referir-se às duas guerras mundiais no continente que, no século XX, foi palco um "banho de sangue". A onda conservadora personificada nos EUA por Trump tem equivalentes também na Europa. O nacionalismo tem crescido na França e na Alemanha. A Áustria pode ser, em dezembro, o primeiro país da União Europeia (UE) a eleger um chefe de Estado de extrema-direita.
Outra preocupação em relação à presidência de Trump é o comércio. Está em negociação um acordo entre EUA e a UE. O bloco exportou aos EUA o equivalente a € 371 bilhões em 2015 e importou € 248 bilhões.
Prefeita renuncia após fazer comentário racista sobre Michelle Obama
A prefeita da cidade de Clay, no estado de Virgínia Ocidental, renunciou ao cargo após a repercussão gerada por um comentário racista sobre a primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, em seu perfil no Facebook. O conselho da cidade aceitou a renúncia de Beverly Whaling e afirmou que pretende trazer rapidamente um substituto para os três anos que restam para o final de seu mandato.
Um dos membros do conselho, Jason Hubbard, emitiu uma breve declaração condenando o comentário "horrível e indecente" e afirmou que o racismo e a intolerância "não são valores defendidos pela comunidade" local. Ele pediu desculpas, em nome da Clay, a Michelle Obama e a todos os que se sentiram ofendidos.
Na semana passada, após a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais, Pamela Ramsey Taylor, que faz parte do comitê de desenvolvimento da cidade, escreveu um post em seu perfil de Facebook felicitando a chegada de uma nova primeira-dama na Casa Branca, Melania Trump. "Estou cansada de ver uma macaca de salto", afirmou. "Fez o meu dia, Pam", comentou a prefeita Beverly. Pamela também foi retirada do cargo.