O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que pretende reformular e aumentar o número de vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Em 2017, o programa, que facilita o acesso ao Ensino Superior, deverá ir além das 225 mil vagas oferecidas neste ano, mas ainda não se sabe quantas exatamente serão disponibilizadas.
As mudanças no fundo devem contornar os problemas financeiros detectados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Na sexta-feira passada, o TCU anunciou que pretende ouvir os ex-ministros da Fernando Haddad, Aloízio Mercadante e José Henrique Paim Fernandes, todos da Educação, a respeito das gestões anteriores, de 2005 a 2015. Segundo o tribunal, a gestão e a expansão do fundo entre 2010 e 2015 não evitaram riscos nem corrigiram desvios que podem levar à insustentabilidade do Fies. A análise feita pelo tribunal aponta que, em 2013 e 2014, os valores previstos nas propostas de orçamento enviadas ao Congresso Nacional estavam muito aquém do necessário para cobrir as despesas com as mensalidades dos estudantes.
A forma de expansão dos financiamentos foi feita, segundo o TCU, de forma temerária porque, desde 2014, foi dispensada a exigência de fiador aos estudantes. Assim, todos os beneficiários passaram a ser avalizados pelo Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo, o que extrapolou os limites desse fundo destinado a cobrir perdas do sistema de crédito estudantil.