Defesa de atropelador de ciclistas recorre contra condenação

A defesa do bancário Ricardo Neis, condenado, na semana passada, a 12 anos e nove meses de prisão pelo atropelamento de 17 ciclistas em Porto Alegre, protocolou na sexta-feira uma apelação contra a decisão da 1ª Vara do Júri da Capital. Após emissão de nota de expediente pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, será aberto prazo de 15 dias para que a defesa apresente suas razões. Neis tem direito de recorrer da sentença em liberdade.

Segundo o advogado de Neis, Manoel Pedro Silveira Castanheira, há "defeitos técnicos" que podem provocar a nulidade do júri popular que condenou o bancário. "Temos que receber com seriedade a decisão do júri, desde que o julgamento tenha condições plenas de não nulidade, o que não nos parece ser o caso", afirma. Entre os problemas, Castanheira cita o momento em que uma das juradas dormiu durante a tomada de depoimento do acusado, o que forçou a interrupção temporária da sessão.

A defesa questiona também o cálculo da pena, feito a partir de 11 acusações de tentativa de homicídio e cinco de lesão corporal. Caso acolhidas, as alegações da defesa podem provocar a suspensão da pena e até mesmo a anulação completa do julgamento. Neis conduzia o Golf Preto que atropelou 17 ciclistas em fevereiro de 2011, durante uma edição da Massa Crítica, pedalada coletiva que defende a bicicleta como opção de deslocamento nas grandes cidades.