Em resposta à operação de busca e apreensão de documentos realizada na sede do Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU) na manhã desta quinta-feira pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, o diretor-geral do órgão, André Carús, concedeu uma coletiva de imprensa para esclarecer medidas que foram tomadas pelo departamento no que diz respeito à fraude. Para ele, a maneira como foi conduzida a ação pelo órgão foi "desnecessária".
O MP-RS investiga uma denúncia de que a empresa terceirizada Belém Ambiental Meio Ambiente misturava restos de obras, como caliça, entulho e terra, ao material coletado na Capital, uma vez que o pagamento da empresa é feito pelo peso da carga. O DMLU afirma ter recebido a denúncia de que isso vinha ocorrendo em meados de junho e que notificou a empresa. "Aplicamos uma glosa de cerca de R$ 163 mil reais, que serão abatidos da fatura do mês de dezembro, referentes a essas 700 toneladas de lixo irregular. Não houve leniência nem demora na apuração da denúncia", defende Carús. No entanto, o diretor-geral afirma que o contrato de 60 meses, que completa um ano em dezembro, será rescindido apenas se uma nova irregularidade vier a ocorrer.
Outra questão debatida foi o envolvimento da Cootravipa, cooperativa que realiza a limpeza da cidade. Depois do temporal de 29 de janeiro, a empresa foi contratada para serviços adicionais, mas o DMLU constatou irregularidades na cobrança de cerca de R$ 289 mil. Depois de apuração, o departamento não autorizou o pagamento à empresa. O contrato com a Cootravipa vence em fevereiro de 2017 e um novo edital para pregão eletrônico está em processo de finalização na Secretaria Municipal da Fazenda. Quanto à denúncia de que a Cootravipa estaria utilizando menos trabalhadores do que o estabelecido em contrato para realizar a limpeza municipal, o o órgão abriu uma sindicância e aguarda manifestação da empresa.
Carús se mostrou insatisfeito com a forma como a investigação foi feita. "Foram fatos com base em medidas adotadas pelo DMLU para preservar o erário e os recursos públicos. Entendo como desnecessária a maneira como a ação foi conduzida", lamenta. O diretor reiterou que as fraudes investigadas foram constatadas pelo próprio departamento.