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Geral

- Publicada em 17 de Novembro de 2016 às 23:21

Em um ano, casos de sífilis cresceram 79% no Rio Grande do Sul

 Grupo de trabalho incentiva a testagem para HIV e sífilis nas maternidades

Grupo de trabalho incentiva a testagem para HIV e sífilis nas maternidades


MINISTÉRIO DA SAÚDE/DIVULGAÇÃO/JC
Suzy Scarton
Sexo desprotegido, sistema de notificação eficaz e falha na distribuição de penicilina são os três motivos para que o Rio Grande do Sul seja o estado brasileiro com mais casos de sífilis. As razões foram elencadas pela Secretaria Estadual da Saúde, que começou a perceber o aumento de casos também há pouco tempo, uma vez que a infecção por sífilis demanda notificação compulsória.
Sexo desprotegido, sistema de notificação eficaz e falha na distribuição de penicilina são os três motivos para que o Rio Grande do Sul seja o estado brasileiro com mais casos de sífilis. As razões foram elencadas pela Secretaria Estadual da Saúde, que começou a perceber o aumento de casos também há pouco tempo, uma vez que a infecção por sífilis demanda notificação compulsória.
Entre 2010 e 2015, foram registrados, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 22.851 casos de sífilis adquirida (em adultos) no Estado. Comparado ao número de casos de 2014 (5.750), 2015 teve 79,1% casos a mais (10.298). Em 2010, foram apenas 123 casos.
O alarmante aumento de casos de sífilis no Brasil chamou atenção na terça-feira, quando o Ministério da Saúde revelou que a doença cresceu 32,7% no Brasil entre 2014 e 2015. No Rio Grande do Sul, a taxa de sífilis adquirida, por sua vez, é 161% superior à média nacional. Enquanto, no Brasil, o número médio é de 42,7 casos por 100 mil habitantes, no Estado, o índice é de 111,5 ocorrências por 100 mil pessoas.
Para o diretor do Departamento de Ações em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Elson Farias, o aumento de casos de sífilis surge também em decorrência do controle da Aids. "Nos últimos dez anos, os projetos de investimento foram na área de medicação. Paramos de focar a prevenção, o uso de preservativos, para investir na abordagem médica", explica. Com isso, a população acaba se desprotegendo, causando a transmissão de doenças, como sífilis e hepatite. "A sífilis é curável, em média de duas ou três semanas está tudo resolvido, e o tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Se não houver parceria e participação da sociedade, a questão não será resolvida", lamenta, referindo-se à baixa procura pelo tratamento.
Farias também apontou que a curva de aumento de notificações está relacionada ao crescimento da rede de atenção básica gaúcha, fato que ele vê como positivo. A falta de penicilina, que atingiu o País como um todo, também contribuiu para que a doença se espalhasse, embora fosse controlada com mais precisão entre as gestantes. No Estado, entre 2010 e 2015, foram diagnosticados 8.244 casos de sífilis em gestantes, e a sífilis congênita atingiu 5.654 menores de um ano de idade no período avaliado.
A pasta espera que, com o aprofundamento do debate, a etapa de reinserção seja também efetuada. "Se alguém contrai a doença, essa pessoa recebeu ou transmitiu para alguém", explica. "É importante que as duas pessoas procurem tratamento, ou então ficaremos nesse círculo de reinfecção", pondera o diretor.
Ações estratégicas já foram definidas pelo titular da SES, João Gabbardo dos Reis. Um comitê de investigação procura montar o perfil do contaminado e, além disso, a SES fez uma parceria com o Telessaúde para elaborar um material audiovisual de educação continuada para profissionais de saúde e para a comunidade em geral. Também existe um grupo de trabalho para o enfrentamento da sífilis congênita e incentivo à testagem para HIV e sífilis nas maternidades.
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