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Geral

- Publicada em 15 de Novembro de 2016 às 17:46

Taxa de sífilis no Estado é 161% maior que a média brasileira

Enquanto no Brasil, média é de 42,7 casos por 100 mil habitantes, no Estado, o índice é de 111,5 ocorrências por 100 mil

Enquanto no Brasil, média é de 42,7 casos por 100 mil habitantes, no Estado, o índice é de 111,5 ocorrências por 100 mil


MS/DIVULGAÇÃO/JC
A diminuição no uso de preservativos já vem preocupando os órgãos de saúde em razão do dos riscos de que a epidemia de Aids volte a crescer. Agora, outra doença se soma ao vírus HIV na mira de atenção: a sífilis. Dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde revelam que os casos de sífilis adquirida (em adultos) aumentaram 32,7% no Brasil no período de 2014 a 2015. O relatório também traz um dado alarmante: a taxa de casos de sífilis adquirida no Rio Grande do Sul em 2015 são 161% superiores à média nacional. Enquanto no Brasil, o número médio é de 42,7 casos por 100 mil habitantes, no Estado, o índice é de 111,5 ocorrências por 100 mil pessoas.
A diminuição no uso de preservativos já vem preocupando os órgãos de saúde em razão do dos riscos de que a epidemia de Aids volte a crescer. Agora, outra doença se soma ao vírus HIV na mira de atenção: a sífilis. Dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde revelam que os casos de sífilis adquirida (em adultos) aumentaram 32,7% no Brasil no período de 2014 a 2015. O relatório também traz um dado alarmante: a taxa de casos de sífilis adquirida no Rio Grande do Sul em 2015 são 161% superiores à média nacional. Enquanto no Brasil, o número médio é de 42,7 casos por 100 mil habitantes, no Estado, o índice é de 111,5 ocorrências por 100 mil pessoas.
O Rio Grande do Sul é disparado o Estado com a maior taxa de casos no Brasil. Em segundo lugar está o Espírito Santos, com 85,2 ocorrências por 100 mil habitantes. A menor taxa pertence à Alagoas, com 3,8 casos/100 mil.
No que diz respeito aos casos entre gestantes, o Rio Grande do Sul é o segundo estado com maior índice (20,2 casos por 100 mil), ficando atrás do Mato Grosso do Sul (21,9/100 mil). O crescimento no número de registros no País em grávidas foi de 20,9% entre 2014 e 2015.
O Estado também é o segundo quando se fala da taxa de sífilis congênita (transmitida pela mãe ao bebê), com índice de 11,5 casos por 100 mil pessoas. Quem lidera o ranking nacional é o Rio de Janeiro, com 12,4 ocorrências por 100 mil habitantes. Em um ano, as infecções por sífilis congênita subiram 19% no Brasil.
"O que caracteriza uma epidemia é quando se tem um aumento no número de casos num determinado período de tempo. A sífilis não vinha num patamar de eliminação, mas seguia estável e, de repente, surgiu um maior número de casos", afirma a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken. Ela lembra que a sífilis é uma doença de notificação compulsória - qualquer caso deve ser obrigatoriamente notificado. O que tem se observado nos últimos cinco anos, segundo Adele, é um crescimento do número de casos dessas três notificações, inclusive da congênita.
De acordo com a especialista, a sífilis no adulto tem sinais específicos, mas também há um período de latência considerável. O quadro sintomático inicia com uma ferida que, nos homens, é bem aparente, não dói e pode desaparecer num período de sete a dez dias. Nas mulheres, a ferida pode surgir na genitália interna e passar desapercebida. "A manifestação, nesses casos, fica em latência e o quadro se torna de sífilis terciária. Quando há evolução de mais de dez anos, a doença destrói tecidos como coração, cérebro e ossos", explica Adele.
Já na sífilis congênita, o período de evolução é bem mais curto. Durante a gestação, a doença pode causar aborto, malformações ósseas e manifestações na pele, além da morte do recém-nascido. "Se a gestante é tratada adequadamente no primeiro e até no segundo trimestre, o bebê também é tratado, mesmo intraútero. É uma doença bacteriana que tem cura. A grande questão é a busca do diagnóstico e do tratamento", destaca.
Para a diretora, a epidemia de sífilis no Brasil é decorrente de "múltiplas causas", como a queda no uso do preservativo - sobretudo entre pessoas de 20 a 24 anos, faixa etária onde comumente se registra maior atividade sexual e sem parceria fixa. "Estamos recomendando o uso do preservativo masculino e feminino, em alguns estados, durante a gestação, não apenas por conta de infecções sexualmente transmissíveis, mas também para evitar o vírus Zika. Recomendamos o uso não só para gestantes como para toda a população adulta."
Outra questão envolve o acesso à penicilina, principal medicamento utilizado no tratamento da sífilis. Os problemas, no Brasil, começaram no ano passado, com o desabastecimento de matéria-prima, mas o ministério garante que o estoque foi reposto por meio da importação da droga. "Esta semana, fizemos um novo levantamento e todos os estados estão abastecidos até abril do ano que vem, com reserva", diz Adele.
A resistência de profissionais da enfermagem em aplicar a penicilina na atenção básica também pesa nos números da epidemia de sífilis no País - principalmente nos casos de sífilis em gestantes e, consequentemente, de sífilis congênita. Isso porque há um risco, ainda que pequeno, de choque anafilático no paciente.
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