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- Publicada em 07 de Novembro de 2016 às 23:00

ONU quer usar Nova Chocolatão como modelo

Unidade de Triagem tem 33 trabalhadores e outros 54 na fila de espera

Unidade de Triagem tem 33 trabalhadores e outros 54 na fila de espera


Marcelo G. Ribeiro/JC
Isabella Sander
Em visita a Porto Alegre, a diretora do Global Compact Cities Programme (projeto da Organização das Nações Unidas - ONU), Elizabeth Ryan, foi ao Residencial Nova Chocolatão ver como a comunidade está vivendo atualmente. O local, nos altos da avenida Protásio Alves, foi construído e serviu de reassentamento em 2011 para 180 famílias que viviam até então na Vila Chocolatão, no Centro da Capital. Segundo Elizabeth, a ONU pretende usar o modelo de reassentamento e reinserção social da comunidade em outros lugares do País e do mundo.
Em visita a Porto Alegre, a diretora do Global Compact Cities Programme (projeto da Organização das Nações Unidas - ONU), Elizabeth Ryan, foi ao Residencial Nova Chocolatão ver como a comunidade está vivendo atualmente. O local, nos altos da avenida Protásio Alves, foi construído e serviu de reassentamento em 2011 para 180 famílias que viviam até então na Vila Chocolatão, no Centro da Capital. Segundo Elizabeth, a ONU pretende usar o modelo de reassentamento e reinserção social da comunidade em outros lugares do País e do mundo.
A diretora acompanhou todo o processo de reassentamento e, em breve, publicará um relatório sobre as Redes de Sustentabilidade e Cidadania de Porto Alegre, juntamente com o caso da Nova Chocolatão. "Essa é uma metodologia única, porque o processo foi realizado por um grupo multissetorial que trabalha com comunidades vulneráveis por um período muito longo de tempo. A Chocolatão está sendo acompanhada há dez anos, o que é muito incomum", relata.
Pela experiência de Elizabeth, o fato de o acompanhamento se dar por períodos mais longos facilita a obtenção de financiamento internacional em órgãos como o Banco Mundial. "A Chocolatão é um exemplo que conseguiu vinculação com entidades internacionais por ter maior duração", explica.
Conforme a diretora da ONU, é preciso que as pessoas aprendam a trabalhar juntas, como ocorreu no projeto da Nova Chocolatão, porque os problemas são os mesmos em todos os lugares. "Pretendo levar esse modelo para outros países. É para isso que eu fiz a pesquisa e o relatório. Nós buscamos uma metodologia de aplicação que pudesse ser exportada, como é o caso desta", aponta. Em Porto Alegre, o modelo já está sendo replicado nas vilas Santo André e Santa Teresinha.
O reassentamento da Chocolatão ocorreu em 2011, mas o processo para essa transferência começou cinco anos antes, em 2006. A situação dos moradores da vila era de extrema vulnerabilidade social, o que levou a prefeitura a apresentar um novo modo de vida àquela população, que envolvia, por exemplo, aprender a usar o banheiro e a pagar contas de luz e água.
As novas exigências dependiam, porém, que a comunidade tivesse fontes de renda. Por isso, a prefeitura construiu a Unidade de Triagem (UT) Chocolatão, logo na entrada do residencial. Atualmente, 33 pessoas trabalham ali com a reciclagem de materiais. Há 54 na lista de espera. A renda chega a R$ 1,1 mil por mês, mais uma cesta básica. O presidente da UT Chocolatão, Flávio da Silva Januário, revela que, há dois anos, a renda era de R$ 400,00 a R$ 600,00, mas mudanças e qualificações na gestão permitiram o aumento do arrecadado.
"Meu pai trabalhou 20 anos como carrinheiro, e eu o ajudava a puxar carrinho pela necessidade, mas nunca tive vontade de trabalhar na UT. Cheguei a trabalhar como entregador de água e no Zaffari, mas não ganhava bem. Quando minha esposa engravidou, resolvi ir para a unidade. Estou aqui há quase quatro anos, sendo dois como associado normal e dois como presidente", destaca Januário. Apesar de não ter carteira de trabalho assinada, por se tratar de uma cooperativa, o presidente da UT atualmente gosta do que faz, pois trabalha menos e ganha melhor.
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