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Segurança

- Publicada em 03 de Novembro de 2016 às 16:27

Brasil registrou cinco estupros por hora em 2015

O Brasil registrou uma média de cinco estupros por hora em 2015. Foram 45.460 casos durante o ano, e, devido à subnotificação desse tipo de crime, o número deve ser ainda maior. Os dados são da 10ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e consideram os boletins de ocorrência registrados em delegacias de todos os estados. Apesar de alto, o número oficialmente registrado caiu: foram 4.978 (10%) casos a menos do que em 2014.
O Brasil registrou uma média de cinco estupros por hora em 2015. Foram 45.460 casos durante o ano, e, devido à subnotificação desse tipo de crime, o número deve ser ainda maior. Os dados são da 10ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e consideram os boletins de ocorrência registrados em delegacias de todos os estados. Apesar de alto, o número oficialmente registrado caiu: foram 4.978 (10%) casos a menos do que em 2014.
Um estudo feito em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicou que só 10% dos casos chegavam às autoridades. Com isso, o fórum estima que devam ter ocorrido entre 130 mil e 450 mil estupros no Brasil no ano passado. 
"As vítimas têm vergonha, medo do agressor, porque, muitas vezes, o conhecem, e revivem a vitimização nas delegacias, porque o atendimento tende a ser precário", afirma Samira Bueno, diretora executiva do fórum.
O maior número absoluto de estupros foi registrado em São Paulo: 9.265 casos, cerca de 20% do total no Brasil. O estado, porém, tem incidência desse crime por 100 mil habitantes abaixo da média nacional - índice de 20,9, contra 22,2 do País. Proporcionalmente à população, o Acre teve a maior taxa de estupros: 65,2 casos por 100 mil habitantes.
Outro fator que pode mascarar os números, segundo o Centro Feminista de Estudos e Assessoria, é a alta ocorrência desse tipo de crime dentro das próprias residências das vítimas - sobretudo menores de idade, normalmente abusadas por pais, padrastos, irmãos, tios ou primos.
O anuário também traz dados a respeito do roubo de veículos. Em média, um carro foi roubado por minuto no Brasil em 2015, com 509.978 registros no total. O número variou pouco em relação a 2014, com queda de 0,6%. Por outro lado, os casos de roubo de cargas e assaltos a bancos cresceram 10%.

Receita maior e novas políticas públicas são necessárias

Os gastos com segurança pública no Brasil totalizaram R$ 76,2 bilhões em 2015, o que representa um aumento de 11,6% em relação ao ano anterior. No entanto, esse valor não é suficiente, e o País carece de políticas que tragam resultados satisfatórios no combate à violência, de acordo com a diretora executiva do fórum, Samira Bueno.
"Temos um número imenso de crimes violentos, temos salários dos policiais, em média ainda muito baixos, principalmente os que estão na ponta, que são praças, escrivães, investigadores", disse. No entanto, ela argumenta que o mero aumento da receita não seria suficiente para resolver o problema. 
Segundo Renato Sérgio Lima, também diretor do fórum, os municípios têm arcado com boa parte das despesas, uma vez que a União tem alocado mais recursos para as polícias Federal e Rodoviária Federal, que ficaram com mais de 80% do orçamento do Ministério da Justiça. Os repasses ao Fundo Nacional de Segurança Pública e Fundo Penitenciário Nacional, por exemplo, foram reduzidos. Como consequência, os gastos municipais cresceram 400% desde 1998, em valores corrigidos. Para Lima, eles, de certa forma, acabam substituindo o Estado no custeio de polícias, seja comprando a folga dos agentes, seja com Guarda Municipal.
O anuário também aponta que, em média, nove pessoas são mortas por policiais diariamente. Em uma semana, a polícia brasileira mata mais do que a britânica matou em 25 anos. Entre 2014 e 2015, apesar de ter havido queda de 1,2%, de 59.086 para 58.383, no total de mortes violentas no Brasil, as vítimas cresceram 6,3%.