O meio é a mensagem


Criada em janeiro de 2014, a Insecta Shoes e seus sapatos logo viraram febre em Porto Alegre. Inicialmente revestidos apenas com roupas de brechó reaproveitadas, os modelos passaram a ter também tecido feito a partir de garrafa pet reciclada, para ampliar a escala. Hoje, o garimpo das peças continua, e os retalhos excedentes vão para a produção da palmilha, esta que pode ser infinitamente reciclada também. A sola é feita de borracha triturada do que sobra da indústria calçadista. "Fechamos o ciclo", conta Barbara Mattivy, 31 anos, uma das fundadoras da Insecta. Para ela, este é o objetivo primordial do negócio, que produz cerca de 800 pares por mês em um atelier em Novo Hamburgo, e vende para todo o Brasil via e-commerce.
Criada em janeiro de 2014, a Insecta Shoes e seus sapatos logo viraram febre em Porto Alegre. Inicialmente revestidos apenas com roupas de brechó reaproveitadas, os modelos passaram a ter também tecido feito a partir de garrafa pet reciclada, para ampliar a escala. Hoje, o garimpo das peças continua, e os retalhos excedentes vão para a produção da palmilha, esta que pode ser infinitamente reciclada também. A sola é feita de borracha triturada do que sobra da indústria calçadista. "Fechamos o ciclo", conta Barbara Mattivy, 31 anos, uma das fundadoras da Insecta. Para ela, este é o objetivo primordial do negócio, que produz cerca de 800 pares por mês em um atelier em Novo Hamburgo, e vende para todo o Brasil via e-commerce.
Sob o rótulo de ecológico e vegano, os calçados da Insecta Shoes pregam ainda a igualdade de gênero (não há modelos com diferenciação de masculino ou feminino, por exemplo), e recentemente fora lançada a campanha (citada ali em cima) para que os consumidores devolvam o seu Insecta usado. Pela atitude, o cliente leva uma ecobag. Se estiver muito gasto, o sapato é destinado à reciclagem e se não, irá ser consertado, vendido por um preço menor, e sua renda será destinada a ações de impacto social. "É muito nosso papel plantar uma sementinha, para que as pessoas fiquem com isso na cabeça e repensem seus hábitos", afirma Barbara.
Se vale a pena? Deixemos os números falar: no ano passado a empresa teve faturamento de R$1 milhão, e a estimativa para 2016 é de R$ 1,7 milhão. Ou seja, um crescimento de mais de 50% em ano de crise econômica.
Além de ter cursado Administração e Marketing na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e morado em outros três países, a empreendedora sempre quis trabalhar com internet, moda e comunicação. Ao prestar serviços de comunicação on-line para marcas de moda, Bárbara, que hoje vive em São Paulo, conta que cansou de vender estratégias para "marcas que não tinham muito propósito". Hoje, com a Insecta, ela diz acreditar que cumpre seu papel em direção a um consumo mais consciente. "A minha missão pessoal é a missão da empresa. Criá-la foi a forma que eu consegui fazer a pequena mudança que eu queria. Acredito que o capitalismo pode ser mais consciente", diz.
Uma das maneiras de trabalhar a conscientização é na comunicação digital da empresa. "A gente faz posts no blog questionando o uso do canudo, que é um lixo super desnecessário que a gente gera", exemplifica ela, que acha que quanto mais grandes empresas estiverem engajadas, mais impacto são capazes de gerar em termos de transformação social. "Sim, essa evolução da consciência está acontecendo", sustenta. No entanto, ela considera que o assunto ainda está recém começando a ser discutido.
A coleção mais recente da empresa foi lançada em novembro, em parceria com a designer Flavia Aranha, e tem como novidade o tingimento natural dos sapatos, com chá preto, acácia negra e catuaba. A empresa tem mais outros dois sócios e oito funcionários ao total, e toda a produção está concentrada na região Sul.

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