Roberta Fofonka

O que é resto para a Courotec vira matéria-prima para a Sta. Spalla

Empresa faz bolsas com sobras de estofamento de carros

Roberta Fofonka

O que é resto para a Courotec vira matéria-prima para a Sta. Spalla

Pâmela Oliveira e Antonio Crestani, ambos de 24 anos, são os criadores da Sta. Spalla, marca que produz bolsas com tecido automotivo reaproveitado. Criada em agosto, em Canoas, a empresa vem para resolver um problema para Daniela Toniolo, 34, empresária à frente da Courotec, que faz o revestimento de bancos de carro em couro, em Porto Alegre. Ao trocar os estofamentos, sobrava o material antigo.
Pâmela Oliveira e Antonio Crestani, ambos de 24 anos, são os criadores da Sta. Spalla, marca que produz bolsas com tecido automotivo reaproveitado. Criada em agosto, em Canoas, a empresa vem para resolver um problema para Daniela Toniolo, 34, empresária à frente da Courotec, que faz o revestimento de bancos de carro em couro, em Porto Alegre. Ao trocar os estofamentos, sobrava o material antigo.
Assim, a dupla dá jeito de despachar o que é "resto" na produção da Daniela, dando nova vida ao revestimento antigo do carro. Pâmela é jornalista e Antonio é designer. A Sta. Spalla surgiu da vontade dos dois de "fazer algo" (vamos chamar aqui de "coceirinha empreendedora"), com o propósito de prolongar a vida útil de materiais.
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Uma longa pesquisa os levou ao tecido automotivo. Neste mês, eles expuseram na feira Open Moda, versão itinerante da Open Feira de Design, onde pela primeira vez apresentaram o produto ao consumidor.
"Tudo está acontecendo muito rápido. Estamos tentando ir com calma para não nos atropelar", Antônio diz, aos três meses de empresa. Atualmente, o estofamento de um carro rende até três bolsas, dependendo da orientação dos cortes. Com estoque de cerca de 30 unidades, o e-commerce vende os modelos ao preço de lançamento, R$ 99,00.
A confecção das bolsas passa por toda uma curadoria e limpeza (com sabão biodegradável) dos pedaços de tecido e combinação de estampas, até a colocação do forro, também feito de algodão e plástico reciclado.
"Queremos operar este conceito até o fim dos processos", afirma Pâmela. Daniela atua, inclusive, como uma espécie de coach dos jovens. "Se vocês vão começar a ir para feiras, precisam registrar logo o produto", alertou. Outra dica dela é que eles produzam uma "bolsa da paternidade", especial para pais. "Se você fizerem, eu quero uma", brinca a empresária, que está grávida.
A Courotec não cobra nada pelo material destinado. "Há muitas possibilidades naquilo que a gente trata como resíduo, e este material é de difícil descarte, não tem uma fácil degradação", pontua Daniela. Além da Sta. Spalla, a empresa já fazia doações do material para confecções de pantufas, almofadas e para os funcionários, que levam as sobras para prestação de serviços de estofaria. A espuma dos estofamentos vai, ainda, para uma cooperativa que produz almofadas, tudo gratuitamente e virar miolo de caminhas de cachorro, feitas pelas instituições de apoio aos animais Fucinhos de Amor e Fucinhos de Rua.
"O volume é grande, não deixamos de atender ninguém", comenta. Uma parte do retalho do couro é vendido para fabricantes de sandálias e bolas de futebol.
O conceito, para todos os envolvidos nos negócios que se desdobram a partir da Courotec, é o de continuidade. "É uma forma de rever e repensar o consumo e a vida útil das coisas", salienta Pâmela.
Os produtos da Sta. Spalla são vendidos pela internet e o preço de lançamento é de R$ 99,00
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