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Santo Contrato, antes de ser uma plataforma, é uma iniciativa de troca de conhecimento para resolver problemas jurídicos. O advogado Marcel Boff, 34 anos; o especialista em marketing digital Lucas Cunha, 35; e o programador Rafael Bertrand, 35, são os responsáveis pelo utilitário. Eles estão disponibilizando, de forma gratuita, modelos de contratos e outros documentos jurídicos. Atualmente, a solução, criada em Porto Alegre, conta com mais de 60 templates.
A ideia surgiu das dúvidas encontradas por Marcel nas turmas em que dá aula no Senac e dos problemas que atrasaram Lucas quando criou sua própria empresa de marketing digital. Para entender como os alunos lidavam com questões relativas à formulação de contratos, Marcel conversava com eles durante o intervalo e questionava como é que realizavam as contratações e onde encontravam os documentos. A resposta da esmagadora maioria: na internet. Os "entrevistados" explicaram que baixam um modelo e o editam conforme imaginam ser mais vantajoso. Isso porque contratar um escritório ou pagar por um trabalho pontual seria caro.
Lucas conta o quanto o Santo Contrato poderia ter sido útil para ele e que é justamente por isso que a ferramenta deve ser para todos. "Eu tive muita dificuldade para criar contratos. Seja para prestação de serviço ou para contratação, principalmente na minha área de marketing digital. Tanto é verdade que foi o Marcel quem fez o meu", referencia.
A gratuidade da ferramenta, assegura Marcel, não é sinônimo de má qualidade. "Se a gente pegar o princípio dentro do código de defesa do consumidor, diz o seguinte: se tu estás dando de graça, o produto tem que ter as mesmas qualidades de algo pago".
Para monetizar a ideia, eles estão desenvolvendo um plano com uma taxa - ainda sem preço estipulado. A diferença entre as opções, segundo Lucas, não está no material. "Na versão paga, a gente não está cobrando pelo conteúdo, mas pelo tempo que ele vai economizar tendo que fazer aquilo. As pessoas conseguem pegar aquela parte gratuita e transformar em produto final. Agora, se precisar de um atalho e agilidade, fazer é mais caro do que pagar pelo serviço. Acaba comprando o tempo", conclui.
Com número de acessos e usuários ainda moderados - pelo pouco mais de um mês de atividades - o Santo Contrato se mantém crescendo.
"Cada vez que a gente vai mexer na plataforma tem gente nova se cadastrando", frisa Marcel. Aliás, quando o usuário se cadastra, recebe e-mail de boas-vindas e, conforme novos modelos são adicionados, notificações chegam para que fique por dentro das novidades.