Ulisses Miranda

A grande sacada do trio foi olhar para uma realidade que estava na mesma sala deles. O colega, Claiton Ramos, 23, é deficiente visual

Estudantes criam impressora em braile de baixo custo

Ulisses Miranda

A grande sacada do trio foi olhar para uma realidade que estava na mesma sala deles. O colega, Claiton Ramos, 23, é deficiente visual

Um projeto desenvolvido pelos alunos Josiane Giannechini, 21 anos, e João Lessa, 22, juntamente do professor Rodrigo Barreto, 34, no curso técnico de informática da QI em Viamão promete ajudar muita gente. Eles criaram uma impressora em braile que é acionada por voz, através de um aplicativo que utiliza a tecnologia Android. E não é só isso: pode ser montado por menos de R$ 300,00. Na comparação com as impressoras convencionais (que precisam da punção e da reglete, além de alguém habituado a essas ferramentas para funcionar), o valor dela é, no mínimo, 10 vezes menor. As impressoras disponíveis no mercado têm preços que podem chegar a R$ 20 mil.
Um projeto desenvolvido pelos alunos Josiane Giannechini, 21 anos, e João Lessa, 22, juntamente do professor Rodrigo Barreto, 34, no curso técnico de informática da QI em Viamão promete ajudar muita gente. Eles criaram uma impressora em braile que é acionada por voz, através de um aplicativo que utiliza a tecnologia Android. E não é só isso: pode ser montado por menos de R$ 300,00. Na comparação com as impressoras convencionais (que precisam da punção e da reglete, além de alguém habituado a essas ferramentas para funcionar), o valor dela é, no mínimo, 10 vezes menor. As impressoras disponíveis no mercado têm preços que podem chegar a R$ 20 mil.
A grande sacada do trio foi olhar para uma realidade que estava na mesma sala deles. O colega, Claiton Ramos, 23, é deficiente visual. Durante a cadeira que estuda o sistema operacional Android, resolveram criar um aplicativo que tivesse alguma utilidade para esse colega. Fizeram reuniões e, aos poucos, o projeto ganhou forma. “A ideia era que a gente pudesse ajudar nosso colega deficiente visual. Mas não sabíamos como a gente ia fazer isso”, relembra Josiane.
Realizaram algumas reuniões e discutiram muitas ideias até decidirem pela impressora e o aplicativo. Quando precisaram de um telefone com a tecnologia Android, tiveram o apoio da professora Andressa Dellay Agra e dos demais alunos da unidade Viamão. "Todos os alunos participaram dessa arrecadação", comemora Josiane.  
O professor Rodrigo explica que grande parte dos deficientes visuais consegue ler em braile, mas apenas uma pequena parcela foi instruída para escrever utilizando a punção e a reglete. Ele revela que Claiton passou por uma escola que contava com uma impressora de quase 20 mil reais, mas que não tinha ninguém capacitado para operá-la. “Então, a alternativa dele simplesmente falar com o aplicativo e transformar isso em texto para a impressora nos pareceu a mais viável”, completa Rodrigo.
Para provar o valor dessa ideia inovadora, a impressora em braile, apesar de ainda se tratar de um protótipo, ganhou reconhecimento. Idealizado há poucos meses (julho desse ano), o projeto rendeu quatro prêmios em sua primeira competição, a Mostratec. “A gente não tinha noção do tamanho que isso ia acabar se tornando”, conta Josiane, com um sorriso estampado no rosto. Além do 1º lugar na categoria Ciências da Computação, conquistaram o prêmio Inovação Tecnológica, Rodrigo venceu na categoria “Professor Orientador Destaque” e Josiane foi “Destaque Feminina”.
Para o término do projeto, explicam, foi necessário conhecimento em áreas além das que o curso abrange. O conhecimento básico em eletrônica que alguns tinham, por exemplo, precisou ser aprofundado. Mas tudo isso é celebrado pelos dois. “Acho que isso é o legal da pesquisa: a ideia não é tu fazeres um trabalho bom em cima daquilo que tu conheces, é tu te desafiares, ir atrás de conhecimentos que tu não tens e conseguir aliar aquilo que tu conheces com aquilo que estás descobrindo. A gente vai aprendendo ao longo do projeto”, valoriza Rodrigo.
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