No adeus de Massa, muita chuva e título indefinido

Para quem esperava que o GP do Brasil marcasse a definição do título da temporada 2016 da Fórmula 1, a corrida disputada ontem em Interlagos (SP) acabou entregando quase o contrário. Em uma corrida de muita chuva e cheia de interrupções, o inglês Lewis Hamilton venceu de ponta a ponta e segue vivo na briga pelo campeonato. Líder do Mundial de Pilotos, o companheiro de McLaren Nico Rosberg ficou em segundo, com Max Verstappen fechando o pódio. Despedindo-se das corridas no País, o brasileiro Felipe Massa acabou abandonando antes da bandeirada final.

Agora, o sueco Rosberg lidera com 367 pontos, contra 355 de Hamilton, e será campeão se conseguir chegar em terceiro na última etapa, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. A corrida em São Paulo foi cheia de percalços, com duas interrupções e cinco bandeiras amarelas, que mantiveram o safety car na pista por quase 30 das 71 voltas da prova.

Com a pista encharcada, o GP do Brasil teve bandeira amarela já na largada, e desde as primeiras voltas muitos pilotos reclamavam da falta de visibilidade. Em meio às muitas interrupções, o destaque acabou ficando para o holandês Max Verstappen. Arrojado, o piloto da Red Bull não se intimidou com a chuva e chegou a ultrapassar Nico Rosberg e assumir o segundo lugar, que só perdeu quando precisou ir aos boxes e caiu para o 12º posto. Ainda assim, foi ultrapassando adversários e fez o suficiente para alcançar a zona do pódio antes da bandeirada final.

Em sua última corrida no Brasil, Felipe Massa acabou não tendo o melhor desempenho. Na 48ª volta, o brasileiro perdeu o controle da Williams na Curva do Café, rodou e acabou abandonando a corrida antes da hora. Ainda assim, foi ovacionado pela torcida, e não escondeu as lágrimas no caminho até os boxes. "Peço desculpas pelo resultado, não era o que eu gostaria. Mas só tenho a agradecer por todo o carinho, por toda a emoção que senti", disse Massa. O outro brasileiro, Felipe Nasr, superou as limitações da Sauber e fez seus primeiros pontos na temporada, chegando em nono.

Agora, o esforço de bastidores é para manter o Brasil com uma das provas da Fórmula 1. O risco de perder o espaço no calendário surge a partir de prejuízos registrados na etapa de Interlagos, que chegariam a US$ 30 milhões neste ano. A perda se deve principalmente à saída de patrocinadores como Petrobras e Shell. Ontem, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, garantiu que o governo federal fará pressão para que o País não fique de fora da próxima temporada.