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Economia

- Publicada em 29 de Novembro de 2016 às 19:13

Polícia Federal investiga operações irregulares no Banco do Brasil e na Caixa

Agentes da PF analisam a participação de revendas de carros no crime

Agentes da PF analisam a participação de revendas de carros no crime


PF/DIVULGAÇÃO/JC
A Polícia Federal desencadeou na manhã de ontem a fase ostensiva da Operação Fides (em latim, promessa, que dá origem a palavra fé), que investiga esquema de gestão fraudulenta e operações irregulares junto a instituições financeiras. O crime, investigado pela Delegacia de Combate à Corrupção de Crimes Financeiros, teve envolvimento de servidores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Um deles era pastor e utilizava seu posto para angariar clientes. Mais de 100 pessoas se beneficiaram do esquema que trouxe prejuízo estimado em R$ 3 milhões.
A Polícia Federal desencadeou na manhã de ontem a fase ostensiva da Operação Fides (em latim, promessa, que dá origem a palavra fé), que investiga esquema de gestão fraudulenta e operações irregulares junto a instituições financeiras. O crime, investigado pela Delegacia de Combate à Corrupção de Crimes Financeiros, teve envolvimento de servidores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Um deles era pastor e utilizava seu posto para angariar clientes. Mais de 100 pessoas se beneficiaram do esquema que trouxe prejuízo estimado em R$ 3 milhões.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Alexandre Isbarrola, o pastor era funcionário do Banco do Brasil e apresentava-se como gerente, apesar de não deter o cargo. "Ele oferecia crédito para fiéis e conseguia documentação necessária caso não houvesse", explica o delegado. A principal infração cometida pelos servidores, incluindo o pastor, eram irregularidades nos financiamentos de veículos.
"Este pastor, depois da realização das operações, ia diretamente na conta das empresas que haviam recebido o pagamento e retirava dinheiro de suas contas", conta Isbarrola. O destino do dinheiro, segundo a Polícia Federal, era a conta de parentes ou da entidade representada pelo pastor. A igreja ao qual ele pertence não foi informada pelo órgão de investigação.
O que chamou atenção para o esquema foi o elevado número de inadimplências em uma agência determinada. O envolvimento de técnicos contábeis e contadores garantia declarações comprobatórias de rendimentos irregulares. "Eles os vendiam referindo uma renda absolutamente falsa para que os interessados nos financiamentos pudessem realizar as operações", afirma o delegado. Assim, segundo a investigação, a parcela do veículo adquirido comprometia significativamente a renda do contratante. O superfaturamento nas garantias dadas ao banco foram verificados com o levantamento dos contratos.
A margem de financiamento dos veículos era alterada com a participação de funcionários de revendas de veículos usados. Se o banco aceitasse financiar apenas 70% de um veículo 1.0, a revendedora repassava ao banco um código de tabela Fipe de um carro 1.4. Desta maneira o valor a ser financiado seria o total da compra. "Então, os 70% de um veículo de R$ 35 mil encaixava no que seria 100% de um de R$ 28 mil, hipoteticamente", explica Isbarrola. "Isso possibilitou que a margem do financiamento fosse maior."
A participação das revendedoras não parava aí. "Muitos dos clientes eram levados por funcionários das revendas de carros até as agências", conta o delegado. Clientes ouvidos pelos investigadores relataram serem levados até as instituições financeiras pelos próprios revendedores que tratavam sozinhos sobre os financiamentos na sala de gestores dos bancos. "Tudo indica um contato muito próximo da gerencia", avalia.
A linha de investigação adotada a partir desta etapa de investigação será justamente de percorrer a cadeia hierárquica dos bancos para verificar o envolvimento de superiores. A situação foi encontrada em uma agência específica do Banco do Brasil e em agências da Caixa Econômica Federal. O funcionário do Banco do Brasil foi demitido em razão da fraude. Na Caixa Econômica Federal foi constatada a participação de quatro servidores e não há notícias sobre possíveis desligamentos.
A operação iniciou com o acompanhamento de quatro revendedoras. Duas encerraram as suas atividades antes da conclusão da investigação. Mandatos de busca e apreensão foram cumpridos nas demais, em Porto Alegre e Canoas. Seis técnicos contábeis e contadores serão responsabilizados pela falsificação de documentos. O golpe foi dado em 2014, mas há evidencias de sua continuidade em 2015.
A operação apreendeu documentos, computadores, smartphones e dispositivos de mídia. Também foram confiscados dois veículos e a Polícia Federal solicitou o bloqueio judicial da conta de uma das revendas. Uma prisão, por porte irregular de arma, foi realizada durante a operação.
 
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