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Trabalho

- Publicada em 29 de Novembro de 2016 às 18:41

População desempregada sobe ao nível recorde de 12,042 milhões

Brasil perdeu 1,323 milhão de vagas com carteira assinada em um ano

Brasil perdeu 1,323 milhão de vagas com carteira assinada em um ano


GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
O País segue registrando aumento no número de desempregados. O total de desocupados alcançou o nível recorde de 12,042 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro - 20 mil a mais do que no trimestre encerrado em setembro -, dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O País segue registrando aumento no número de desempregados. O total de desocupados alcançou o nível recorde de 12,042 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro - 20 mil a mais do que no trimestre encerrado em setembro -, dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado significa que há mais 2,971 milhões de desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um aumento de 32,7%. Ao mesmo tempo, o total de ocupados caiu 2,6% no período de um ano, o equivalente ao fechamento de 2,402 milhões de postos de trabalho.
A taxa de desemprego só não foi mais elevada porque 1,462 milhão de brasileiros migraram para a inatividade no período de um ano. O aumento na população que está fora da força de trabalho foi de 2,3% no trimestre encerrado em outubro ante o mesmo período de 2015.
Como consequência, a taxa de desemprego manteve-se no patamar recorde de 11,8% no trimestre até outubro, mesmo resultado registrado nos trimestres encerrados em agosto e setembro.
O País perdeu 1,323 milhão de vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 3,7% no trimestre encerrado em outubro ante o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pnad Contínua.
Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 1,6%, com 165 mil empregados a mais. O total de empregadores aumentou 2,1% ante o trimestre encerrado em outubro de 2015, com 85 mil pessoas a mais.
O trabalho por conta própria encolheu 3,2% no período, com 725 mil pessoas a menos nessa condição. Houve redução ainda de 10 mil vagas na condição do trabalhador doméstico, 0,2% de ocupados a menos nessa função.
A condição de trabalhador familiar auxiliar também encolheu, 18,8%, com 478 mil ocupados a menos.
Em meio à crise na produção, a indústria permanece eliminando empregados no País. A atividade cortou 1,157 milhão de trabalhadores no período de um ano, segundo dados da Pnad Contínua.
O total de ocupados na indústria recuou 9,1% no trimestre encerrado em outubro ante o mesmo período do ano anterior. "Frente ao segundo ano da crise, a indústria ainda encolheu 1,157 milhão de vagas", ressaltou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A construção demitiu 501 mil postos de trabalho em outubro ante um ano antes, enquanto o comércio dispensou 454 mil empregados. "Justamente o comércio, que poderia estar se preparando para a Black Friday ou para o final do ano", lembrou Azeredo.
Outras atividades que cortaram vagas foram agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-478 mil empregados), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-585 mil ocupados) e serviços domésticos (-4 mil empregados).
Houve aumento no contingente de trabalhadores de alojamento e alimentação ( 326 mil empregados), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais ( 236 vagas), outros serviços ( 136 mil pessoas) e transporte, armazenagem e correio ( 83 mil ocupados).
A renda média do trabalhador ocupado cresceu 0,9% no trimestre encerrado em outubro ante o trimestre anterior, encerrado em julho: passou de R$ 2.006 para R$ 2.025. No entanto, o movimento não é favorável, ponderou Azeredo. Segundo ele, a renda média aumentou por causa do corte de vagas com salários mais baixos.
"Não temos aumento de dissídio algum, não temos aumento de salário mínimo. A conclusão que se chega é que as pessoas que perderam emprego com carteira assinada foram as de menores rendimentos, consequentemente, isso faz a média da renda subir", disse Azeredo.

Temer diz que governo trabalha 'ativamente' para combater o desemprego

O presidente da República, Michel Temer, afirmou ontem que "não há nada mais indigno que a pessoa desempregada". Ele disse ainda que o governo trabalha ativamente na questão e citou algumas medidas que estão sendo tomadas para impulsionar o emprego e a retomada da economia, como a ampliação do crédito imobiliário pela Caixa e o Cartão Reforma, que vai "alcançar milhares e milhares de pessoas". "Temos responsabilidade fiscal e estamos pensando na responsabilidade social", disse.
Temer afirmou ainda que o governo trabalha para regularizar lotes na área rural e também na urbana. "O Ministério das Cidades buscará regularização fundiária de quem está nas cidades", afirmou o presidente, durante discurso em evento do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.
Temer destacou ainda trabalho feito pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, para "alcançar estudantes que estão na universidade e não têm como pagar (mensalidades)". Citou, também, ao abordar a questão do crédito educacional, o trabalho positivo feito por governos anteriores. "No Brasil, se algum governo assume, tem que destruir o governo anterior. Nós não. Temos uma consciência cívica", disse.
Em outro momento, ao avaliar as ações do governo, ele citou a criação de uma secretaria especial para cuidar das concessões. "As pessoas querem investir no Brasil. Nosso investidor também quer fazê-lo. Isso é fundamental para as duas forças produtivas no País: os trabalhadores de um lado, os investidores de outro".
Durante o discurso, Temer também defendeu a necessidade de o governo "cortar na própria carne" para promover os ajustes necessários para o futuro. "Precisamos saber que certas questões precisam ser enfrentadas agora, para sobrevivência", disse Temer. "Precisamos pensar naqueles que virão depois".
O presidente lembrou que o déficit da Previdência hoje está próximo de R$ 100 bilhões e afirmou que "o País não aceita isso". "Estamos trabalhando para garantir o futuro do País. Se não fizermos isso, em 2024 o País vai à falência, como tem acontecido em alguns Estados brasileiros", afirmou.