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Mercado de Capitais

- Publicada em 16 de Novembro de 2016 às 19:15

Dólar recua pela 1ª vez desde eleição de Trump

Oferta de contratos de swap garantiu injeção de liquidez no câmbio

Oferta de contratos de swap garantiu injeção de liquidez no câmbio


MARK WILSON/AFP/JC
O dólar terminou em baixa ontem pela primeira vez desde a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. No mercado à vista, a divisa encerrou em baixa de 0,56%, aos R$ 3,4250, após quatro sessões consecutivas de alta, período em que acumulou ganho de 8,54%.
O dólar terminou em baixa ontem pela primeira vez desde a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. No mercado à vista, a divisa encerrou em baixa de 0,56%, aos R$ 3,4250, após quatro sessões consecutivas de alta, período em que acumulou ganho de 8,54%.
Apesar de se manter em baixa durante todo o dia, o valor final ficou distante da mínima intraday, de R$ 3,4031 (-1,20%), obtida logo no começo do pregão. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de negócios somou US$ 818,612 milhões.
De acordo com especialistas, a atuação do Banco Central (BC) foi essencial para o dia de alívio no mercado de câmbio. A autarquia brasileira vendeu pela manhã o lote integral de US$ 1,5 bilhão em swap tradicional. Desse total,
US$ 500 milhões foram em contratos novos, ou seja, representaram injeção de liquidez.
No segmento futuro, o contrato de dólar para dezembro fechou em baixa de 0,39%, aos R$ 3,4365, com giro de US$ 16,393 bilhões. Na menor cotação do dia, o ativo tocou R$ 3,4105 (-1,14%).
Apesar da melhora nesta quarta-feira, novos momentos de estresse não foram descartados pelos profissionais de câmbio. As incertezas em torno do novo governo norte-americano e as possíveis consequências para política monetária do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) seguiram alimentando cautela entre os investidores.
Há a possibilidade de que o Fed aumente os juros da maior economia do planeta mais que o previsto, por causa da política de alta dos gastos públicos de Trump. Taxas mais altas nos Estados Unidos atraem capitais para títulos do Tesouro norte-americano, o que resulta em alta do dólar em todo o planeta, e afeta países emergentes como o Brasil. Atento a esse risco, o BC anunciou para esta quinta-feira oferta de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem. Também serão ofertados até 10 mil novos contratos de swap.

BC tem munição suficiente para dar tranquilidade ao mercado, diz Goldfajn

presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (Marcelo Camargo Agência Brasil)

presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (Marcelo Camargo Agência Brasil)


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que a autarquia tem munição suficiente para prover tranquilidade ao mercado, após as turbulências geradas pela eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos. A afirmação foi feita ontem em entrevista à imprensa internacional, por meio de teleconferência.
Goldfajn disse que o regime de câmbio no Brasil é flutuante (com cotação da moeda definida pelo mercado), mas cabe ao BC intervir para evitar excesso de volatilidade. O BC tem feito intervenções no mercado por meio de leilões de rolagem (renovação) de swap cambial tradicional (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). Além da rolagem, o BC também tem feito leilões de contratos novos.
O presidente do Banco Central disse que 2016 tem sido o ano de restabelecer a confiança e ancorar as expectativas de inflação. Ele destacou que, para 2017, a expectativa do mercado para a inflação está em torno da meta de inflação (4,5%). Goldfajn também afirmou que o mercado espera por melhora na economia nos próximos anos. "O mercado espera 2017 melhor do que 2016 e 2018 melhor do que 2017", destacou.

Bolsa tem alta de 1,85%

Os fortes ganhos das ações da Petrobras e dos bancos conduziram o Índice Bovespa a uma alta de 1,85% ontem, aos 60.759 pontos. A nova sessão de recuperação de perdas recentes foi atribuída a um clima menos tenso com o "risco Trump" e a um ajuste das ações da Petrobras aos seus ADRs na Bolsa de Nova Ioque, que na terça-feira, dia 15, tiveram ganho firme, enquanto o mercado brasileiro permanecia fechado. Já as ações da Vale andaram na contramão e caíram expressivamente, com uma realização de lucros deflagrada pela queda do preço do minério na véspera. As turbulências do cenário político doméstico foram monitoradas, mas não chegaram a influenciar os negócios.
Durante o feriado do dia da Proclamação da República, os ADRs da Petrobras haviam registrado altas de 4,39% (ON) e de 5,47% (PN), alavancados pela alta dos preços do petróleo, que, por sua vez, refletiam expectativas mais otimistas em relação a um acordo de países pela redução da produção da commodity. O mercado também recebeu bem as declarações do presidente da estatal, Pedro Parente, que em palestra na terça-feira, em Nova Iorque, afirmou que a empresa permanecerá fiel à meta de desinvestimentos. Ao final do pregão desta quarta, Petrobras ON e PN fecharam em alta de 4,18% e 5,29%, respectivamente.
Mais importante grupo de ações do Ibovespa (devido à forte participação na composição do índice), os bancos foram fundamentais para a alta da bolsa. Composto apenas por ações de bancos, bolsas, previdência e seguros, o Índice Financeiro fechou com alta de 3,10%, bem superior à do Ibovespa. Nesse grupo, despontaram Banco do Brasil ON ( 6,47%), Santander units ( 5,38%) e Itaú Unibanco PN ( 4,94%).
A alta da bolsa teria sido maior não fosse o desempenho negativo de Vale ON (-4,95%) e Vale PNA (-7,36%), que também puxaram para baixo papéis do setor de siderurgia. As ações refletiram a queda de 8,7% do minério de ferro na terça-feira no mercado à vista chinês e de mais 0,8% nesta quarta. Mesmo com o resultado desta quarta, as ações da mineradora acumulam ganhos de mais de 11% em novembro.
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