Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 16 de Novembro de 2016 às 22:01

Governo vai revisar para baixo projeção de crescimento do País

Brasil precisa fazer seus ajustes o mais rápido possível, disse Meirelles

Brasil precisa fazer seus ajustes o mais rápido possível, disse Meirelles


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
A perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 será revista para baixo, disse nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que está em Nova Iorque para um evento com investidores. Meirelles informou que será divulgada na semana que vem uma previsão de crescimento menor do que o 1,6% previsto originalmente, mas garantiu que o País voltará a crescer no ano que vem.
A perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 será revista para baixo, disse nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que está em Nova Iorque para um evento com investidores. Meirelles informou que será divulgada na semana que vem uma previsão de crescimento menor do que o 1,6% previsto originalmente, mas garantiu que o País voltará a crescer no ano que vem.
"Os mercados estão se recuperando bem, mas muitas companhias precisam de mais tempo. Muitos dados ainda não estavam claros (quando foi feita a projeção de 1,6%). Agora temos números mais sólidos. Estávamos no meio da crise até alguns meses atrás e agora estamos nos recuperando", disse o ministro. "Esse fato torna ainda mais urgente e necessária a aprovação de reformas para que o País comece a ter um crescimento sólido.
Essa cautela maior após a eleição de Donald Trump já repercutiu no mercado e apareceu no Boletim Focus, pesquisa semanal com economistas feita pelo Banco Central (BC).
Nos dados divulgados na última segunda-feira, os analistas pioraram a previsão para o PIB em 2016 e 2017. Este ano, eles esperam que a economia do País encolha 3,37% - contra recuo de 3,31% na pesquisa da semana anterior. Já para o ano que vem, em vez de crescimento de 1,20%, a projeção agora é de um PIB de 1,13%.
No câmbio, houve uma pequena alta na estimativa dos analistas para o dólar. Na semana passada, esperava-se que a divisa terminaria 2016 valendo R$ 3,20. Na pesquisa divulgada na última segunda-feira, a expectativa para o fim do ano passou para R$ 3,22. E a estimativa para o dólar no encerramento de 2017 subiu de R$ 3,39 para R$ 3,40.
Para enfrentar o "furacão Trump", o Brasil precisa "fazer seus ajustes o mais rápido possível", afirmou Meirelles. O tsunami mundial provocado pela vitória de Donald Trump nos EUA desaguará no Brasil, reconheceu em entrevista coletiva. "É a maior economia do mundo. Influencia, sim."
Ele disse, no entanto, que o País estará "com economia suficientemente forte para enfrentar com sucesso as flutuações normais dos ciclos econômicos do mercado internacional".
O otimismo contrasta com a expectativa sobre o impacto da Casa Branca de Trump na economia brasileira. A eleição do republicano provocou uma onda de valorização do dólar, e, com Trump, economistas preveem corte menor dos juros no Brasil - o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tentou acalmar o mercado e negou, nesta quarta-feira, que a política monetária mudará para se adaptar ao furacão Trump.
 

PIB calculado pela Serasa frustra expectativas de retomada e cai 0,7% no 3º trimestre

A atividade econômica apresentou contração de 0,7% no terceiro trimestre deste ano em relação segundo trimestre de 2016, quando caiu 0,6%, na série com ajuste sazonal. O dado, calculado pela Serasa Experian, contrariou a expectativa de recuperação da economia. Na comparação com o terceiro trimestre de 2015, houve recuo de 2,9%, sem ajuste sazonal, e declínio de 4% no acumulado do ano até setembro de 2016. "Frustrou as expectativas de retomada mais firme da economia ao longo do segundo semestre do ano", avalia a nota.
Além de registrar um número pior que o segundo trimestre, o dado reforça, segundo a Serasa, que a recessão econômica se prolongou e até mesmo se intensificou durante o período de julho a setembro. "Avanço do desemprego, crédito mais caro e escasso, níveis de inadimplência elevados tanto de consumidores quanto de empresas e dificuldades financeiras de alguns entes federativos são alguns dos elementos que impactaram negativamente sobre a atividade econômica no terceiro trimestre", explica.
Com exceção do setor de serviços que ficou estável no terceiro trimestre ante o anterior, todos os segmentos do lado da oferta registraram contração. O PIB da agropecuária cedeu 3,7% ante o segundo trimestre deste ano e caiu 1,9% em relação ao terceiro trimestre de 2015. O setor industrial teve recuo de 2,3% na margem e teve contração de 3,8% frente ao terceiro trimestre do ano passado.
Pela ótica da demanda, houve recuo em todos os componentes no terceiro trimestre ante o segundo: consumo das famílias teve retração de 1,4%; o consumo do governo caiu 0,7%; os investimentos cederam 5,4%; as exportações caíram 7,2% enquanto as importações registraram declínio de 3,5%, com dados já dessazonalizados.
Sem ajuste sazonal, houve declínios de 4,9% no consumo das famílias; de 3% nos gastos do governo; de 10,6% nos investimentos; de 1,4% nas exportações; e de 7,1% nas importações, conforme a Serasa.

Clima econômico no Brasil sobe 8 pontos entre julho e outubro, diz Fundação Getulio Vargas

O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou cinco pontos, passando de 79 pontos para 74 pontos entre julho e outubro de 2016, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) em parceria com o instituto alemão IFO. No Brasil, o ICE subiu 8 pontos, de 82 para 90 pontos, na mesma base de comparação.
Segundo a FGV, o clima econômico da América Latina caminhou em sentido contrário ao da média mundial: entre julho e outubro, o ICE Mundial avançou cinco pontos, retornando ao patamar de abril passado (100 pontos).
"A melhora do ICE Mundial está associada aos resultados dos países desenvolvidos, com destaque para Estados Unidos, o bloco da União Europeia e o Japão, todos com clima econômico favorável", informou a FGV, em comunicado oficial.
Já no grupo do Brics, todos os países registraram melhora do clima econômico, mas permanecem na zona de avaliação desfavorável. A exceção é a Índia, que está em zona favorável (131 pontos).
"Logo, a sondagem aponta uma recuperação, ainda que lenta, da economia mundial, liderada pelos países desenvolvidos", traz o comunicado da FGV.
Realizada em outubro, a pesquisa trouxe desta vez uma questão relativa às eleições nos Estados Unidos. Aos entrevistados foi questionado sobre o possível impacto da vitória de Donald Trump ou de Hillary Clinton. A percepção foi que, no caso de Trump ganhar, o impacto no mundo seria negativo (-43%) e, na América Latina, o efeito seria ainda pior (-62%). Se Hillary Clinton fosse eleita, o impacto seria positivo: 5,9% e 29%, respectivamente.
A FGV destacou que o clima econômico do Brasil melhorou pelo quarto trimestre seguido, por conta da alta no indicador das expectativas, já que, desde julho de 2015, o indicador da situação atual está no nível mais baixo da avaliação da sondagem (20 pontos). "Continua, portanto, a espera por resultados que se traduzam na melhora efetiva das condições econômicas", informou a FGV. Além do Brasil, em outubro, o clima melhorou na Argentina, Chile, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela.