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Economia

- Publicada em 07 de Novembro de 2016 às 17:34

Cesta básica se manteve estável em outubro

Alta da carne justificou crescimento de 0,08% no mês passado

Alta da carne justificou crescimento de 0,08% no mês passado


CAROL JARDINE/DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
Em outubro, a cesta básica em Porto Alegre ficou 0,08% mais cara do que em setembro, índice tão pequeno que é lido como praticamente estável pelo Dieese, que realiza a pesquisa. Com quedas importantes no mês nos valores do leite (-9,74%) e da batata (-7,82%), a alta é justificada principalmente pela elevação na carne ( 3,16%), que ficou mais cara em quase todo o País pela escassez de animais para abate e a alta nas exportações. A carne de primeira é responsável, sozinha, por 35,5% do total do valor da cesta, que em outubro saiu por R$ 478,07.
Em outubro, a cesta básica em Porto Alegre ficou 0,08% mais cara do que em setembro, índice tão pequeno que é lido como praticamente estável pelo Dieese, que realiza a pesquisa. Com quedas importantes no mês nos valores do leite (-9,74%) e da batata (-7,82%), a alta é justificada principalmente pela elevação na carne ( 3,16%), que ficou mais cara em quase todo o País pela escassez de animais para abate e a alta nas exportações. A carne de primeira é responsável, sozinha, por 35,5% do total do valor da cesta, que em outubro saiu por R$ 478,07.
Para a economista do Dieese Daniela Baréa Sandi, o resultado é o prosseguimento de uma tendência vista pelo menos desde julho: a cesta segue ficando mais cara, mas em ritmo cada vez mais brando em relação ao que era visto no primeiro semestre. "Apesar disso, embora tenhamos essa redução dos aumentos, o valor dos alimentos continua muito elevado", contrapõe Daniela. Quando avaliado no acumulado do ano, por exemplo, a cesta ficou 12,65% mais cara, bem acima do IPCA, que variou 8,48% até setembro.
Pelo segundo mês consecutivo, o conjunto de alimentos pesquisado em Porto Alegre foi o mais caro das 27 capitais brasileiras. O motivo é, novamente, a importância da carne na alimentação dos gaúchos, estado onde o produto tem o maior peso na composição da cesta. Grande vilã em outros tempos, porém, a carne de primeira é, no ano, um dos itens que menos subiram na Capital, registrando alta de 5,44%.
O alimento que mais encareceu em 2016 em Porto Alegre foi o feijão, que já registra alta de 78,2% no ano. Em outubro, a leguminosa continuou sua trajetória de aumento, subindo 3,14%. "O feijão continua pressionado pela oferta reduzida em função do clima adverso, mas deve melhorar nos próximos meses com a colheita da safra", projeta a economista. O produto teve queda de preço em 21 capitais, situação explicada pela predominância da variedade carioquinha na maior parte do País. Ao contrário do feijão preto, que se mantém em alta relativamente constante, o carioquinha teve altas muito mais expressivas no início do ano, e agora começa a reajustar, para baixo, o seu preço.
Já a maior queda de preço no ano na Capital é o da batata, que está 12,33% mais barata do que no fim de 2015, redução que deve continuar nos próximos meses com a colheita da primeira safra. Já o leite, mesmo tendo a maior queda em outubro, continua com uma alta de 44,53% no ano. "A oferta do leite, depois de problemas no primeiro semestre que encareceram o produto, começa a ser normalizada e, com isso, há a forte redução no preço", analisa Daniela.
Somando o valor de todos os 13 produtos que compõem a cesta em Porto Alegre, o comprometimento da renda de um trabalhador que ganha o salário-mínimo na Capital chegou a 59,05% - maior parcela desde setembro de 2009, quando chegava a 59,52%. "Em um cenário de desemprego em alta e queda na renda, quem mais sofre é a população de menor renda, que não tem outras fontes além do salário", analisa a economista. Tendo o valor da cesta básica como baliza, o salário-mínimo constitucional deveria ser de
R$ 4.016,27, quatro vezes e meia a mais do que o mínimo atual, de R$ 880,00.
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