Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Contas Externas

- Publicada em 03 de Novembro de 2016 às 19:04

Fluxo de capital atingirá US$ 120 bi em 2017

 Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas  Dólar fecha em alta, refletindo preocupações com a saúde da economia chinesa

Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas Dólar fecha em alta, refletindo preocupações com a saúde da economia chinesa


FERNANDA CARVALHO/ FOTOS PÚBLICAS/DIVULGAÇÃO/JC
O fluxo de capital estrangeiro aplicado no Brasil deve continuar crescendo e atingir US$ 120 bilhões em 2017, aumento de 9,1% em relação aos US$ 110 bilhões projetados neste ano, segundo relatório do Instituto Internacionais de Finanças (IIF), divulgado nesta quinta-feira. Segundo o IIF, o Brasil responderá por mais da metade dos US$ 237 bilhões que fluirão para a América Latina no próximo ano, na medida em que o governo do presidente Michel Temer avance com as reformas fiscais e a economia se recupere da forte recessão em que se encontra.
O fluxo de capital estrangeiro aplicado no Brasil deve continuar crescendo e atingir US$ 120 bilhões em 2017, aumento de 9,1% em relação aos US$ 110 bilhões projetados neste ano, segundo relatório do Instituto Internacionais de Finanças (IIF), divulgado nesta quinta-feira. Segundo o IIF, o Brasil responderá por mais da metade dos US$ 237 bilhões que fluirão para a América Latina no próximo ano, na medida em que o governo do presidente Michel Temer avance com as reformas fiscais e a economia se recupere da forte recessão em que se encontra.
A aprovação de reformas fiscais e o aumento da coordenação de políticas monetárias e fiscais vão impulsionar a entrada de recursos estrangeiros, que serão alocados principalmente no mercado de ações, afirma o instituto. Já o investimento estrangeiro em renda fixa deve arrefecer, conforme os juros dessas aplicações diminuem acompanhando o processo de queda da taxa Selic promovido pelo BC.
Há, no entanto, riscos ao cenário previsto, alerta o IIF. Entre eles recuos na consolidação da política fiscal e aumento da instabilidade financeira global por causa do aumento de juros nos Estados Unidos.
Segundo o instituto, o governo Temer está fazendo um bom progresso nos esforços para implementar um teto para o crescimento dos gastos públicos. A aprovação do teto de gastos e da reforma da Previdência são essenciais para aumentar a confiança, sustentando o afrouxamento da política monetária, melhorando a dinâmica da dívida pública e impulsionando o fluxo de capital não residente ao Brasil.
O relatório estima que o capital não residente aumentará nos mercados emergentes gradativamente nos próximos trimestres e somará US$ 769 bilhões em 2017, aumento de 20,2% ante os
US$ 640 bilhões deste ano.
O maior aumento de fluxo será registrado pelos emergentes asiáticos, com salto de 397,1%, passando de US$ 70 bilhões neste ano para US$ 348 bilhões no próximo. Só China e Índia receberiam, respectivamente, US$ 40 bilhões e US$ 32 bilhões.
Os fluxos de saída de residentes devem somar US$ 206 bilhões no próximo ano, queda de 44,8% em relação aos US$ 373 bilhões projetados neste ano. A China é e continuará sendo a principal fonte de envio de recursos de residentes para o exterior, afirma o instituto.
As baixas taxas de juros praticadas em países desenvolvidos são apontadas como um dos principais motivos para a volta de estrangeiros aos emergentes. A isso soma-se a atuação mais "pacifista" dos principais bancos centrais do mundo, mais preocupados com desemprego e crescimento do que com efeitos da inflação nas economias no médio e longo prazos.
Nesse contexto, o aumento de juros nos Estados Unidos previsto para a reunião de dezembro do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) deve desafiar esse cenário, com parte dos investidores preferindo a solidez de mercados mais desenvolvidos ao risco representado por emergentes.
O IIF projeta um aumento em dezembro e outros dois durante 2017 inteiro, em linha com o Fomc (comitê de política monetária do BC norte-americano).

País já completou ajuste nas contas externas, afirma Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

O déficit em transações correntes caminha para fechar o ano em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nos 12 meses encerrados em setembro, o déficit ficou em 1,3% do PIB, nível inferior à média histórica, que é de 1,8% do PIB, ressaltou o instituto na Carta de Conjuntura divulgada nesta quinta-feira.
"Não é exagero afirmar que o País já 'completou' o ajuste de suas contas externas, no sentido em que o déficit em transações correntes já atingiu nível inferior à sua média histórica", defende Fernando José Paiva Ribeiro, autor do documento e técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea.
No acumulado de janeiro a setembro de 2016, o déficit em transações correntes ficou em US$ 13,6 bilhões, uma redução de mais de 70% em comparação ao mesmo período de 2015, que já estava 33,5% inferior em relação ao período de janeiro a setembro de 2014. "Contudo, já há sinais de certa estabilização do déficit na margem", ponderou o autor.
A redução é explicada, sobretudo, pelo aumento do superávit comercial. O Ipea lembra que a balança comercial brasileira vem registrando superávits da ordem de US$ 3 bilhões a US$ 5 bilhões ao mês desde o final de 2015. No acumulado de janeiro a outubro, o superávit alcançou US$ 38,5 bilhões, três vezes mais que no mesmo período do ano anterior. Mas a melhora é explicada por uma queda acentuada das importações, o que compensa o desempenho também negativo das exportações.
"Os dados dessazonalizados mais recentes sugerem, contudo, que está havendo certa estabilização das importações e uma nova queda nas exportações, levando à redução dos saldos comerciais", observou o estudo.