Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria

- Publicada em 02 de Novembro de 2016 às 18:20

Montadoras têm o pior outubro em 11 anos

Expectativa das entidades é de que a comercialização de veículos consiga se recuperar no próximo ano

Expectativa das entidades é de que a comercialização de veículos consiga se recuperar no próximo ano


ELZA FIÚZA/ABR/JC
Com o pior resultado para o mês em 11 anos, a indústria automobilística vendeu, em outubro, 159 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus. O resultado é 17,2% menor que o de um ano atrás e muito próximo ao de setembro passado, quando foram licenciadas 160 mil unidades.
Com o pior resultado para o mês em 11 anos, a indústria automobilística vendeu, em outubro, 159 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus. O resultado é 17,2% menor que o de um ano atrás e muito próximo ao de setembro passado, quando foram licenciadas 160 mil unidades.
Embora tenha ocorrido uma melhora na média diária de vendas ante setembro, que teve um dia útil a mais, no ano, o setor acumula queda de 22,3%, com 1,667 milhão de unidades, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Os fabricantes esperam uma reação no mercado nestes últimos dois meses do ano e projetam recuo de 19% no total de vendas em relação a 2015. Para isso, terão de vender pelo menos 200 mil veículos neste mês e, em dezembro, volume ainda não atingido ao longo de 2016.
Caso encerre o ano com a venda esperada de 2,08 milhões de veículos, será o pior desempenho anual do setor em uma década. Para 2017, é consenso no mercado que haverá uma recuperação, mas o tamanho dela varia entre os consultores. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) só divulga sua projeção na virada do ano.
Na previsão do orçamento para 2017, o governo conta com uma alta de 8,6% nas vendas de veículos, o que melhoraria a arrecadação de impostos no segmento. Para Rodrigo Nishida, economista da LCA Consultores, não há, no momento, condicionantes macroeconômicas que possam levar a um crescimento dessa magnitude. "Nossa previsão é bem contida, de alta de 3%", diz. A justificativa é que a renda dos trabalhadores deve continuar fraca, o desemprego não deve arrefecer, o crédito seguirá escasso e não há espaço para auxílio fiscal. O sócio da consultoria MacroSector, Fabio Silveira, tem justificativas semelhantes para apostar em aumento máximo de 2% nas vendas de 2017. Ele ressalta que "os juros não vão cair de forma dramática, pois há várias sinalizações de que a política monetária continuará restritiva".
Mais otimista, a Tendências Consultoria espera 10,2% de alta nas vendas no próximo ano. "Parece muito, mas não é, pois será um crescimento em cima de uma base muito fraca", diz o economista João Morais. "O desempenho de 2017 ainda será fraco em termos históricos."
Em outubro, a General Motors seguiu como líder do mercado, com 19,2% das vendas. A Fiat ficou em segundo (15,8%), seguida por Hyundai (10,3%), Ford (10,2%), Toyota (9%), Renault (7,8%), Volkswagen (6,9%) - que segue com dificuldades na produção por falta de bancos -, Honda (6,4%), Nissan (3,4%) e Jeep (3,3%).
Os modelos mais vendidos foram Onix (14 mil), HB20 (11,3 mil), Ka (6,1 mil), Sandero (6 mil), Prisma (5,3 mil), Corolla (5,1 mil) e Renegade (4,8 mil).

Emprego cai 0,9%, mas faturamento tem leve alta, mostra pesquisa da CNI

Expectativa das entidades é de que a comercialização de veículos consiga se recuperar no próximo ano

Expectativa das entidades é de que a comercialização de veículos consiga se recuperar no próximo ano


ELZA FIÚZA/ABR/JC
O emprego na indústria caiu pelo 20º mês consecutivo em setembro, conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O emprego caiu 0,9% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, e recuou 6,5% em relação a setembro de 2015, segundo a pesquisa de Indicadores Industriais da entidade. No acumulado de 2016, o emprego registra queda de 8,4%.
O faturamento real da indústria em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, teve leve alta de 0,1%. Na comparação com setembro de 2015, porém, o faturamento recuou 15,5%. No acumulado de janeiro a setembro de 2016, o faturamento registra queda de 12,4%. Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 76,9% em setembro, ante 77,2% em agosto e 77,8% em setembro de 2015.
As horas trabalhadas avançaram 1% ante agosto, com ajuste, mas recuaram 6% na comparação com o ano passado. No acumulado de 2016, houve queda de 8,5%.
 

Produção industrial cresce em setembro no País

A produção industrial nacional cresceu 0,5% na passagem de agosto para setembro, impulsionada por resultados favoráveis de fabricantes de alimentos, petróleo e automóveis, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora positivo, o avanço não recupera o tombo de 3,5% registrado no mês anterior. A produção de bens de capital, que esboçava recuperação e sinalizava retomada dos investimentos, encolheu 5,1% em setembro.
"A queda (de bens de capital) reforça que a virada esperada da atividade no terceiro trimestre não aconteceu", disse o economista Daniel Gomes da Silva, do Modal Asset. No terceiro trimestre, a indústria como um todo encolheu 1,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, o que se traduzirá em um impacto negativo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do período.
"A atividade mostra fraqueza em praticamente todos os componentes da demanda também. O desemprego em alta irá forçar para baixo o consumo das famílias e a ociosidade da indústria revela que, apesar do otimismo recente, o investimento privado não deve se materializar tão cedo", avaliou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, em nota.
Perfeito ressalta que o processo de desaceleração econômica ainda é forte no País e uma preocupação disseminada entre economistas de mercado, que revisam suas projeções de crescimento do PIB para baixo tanto para este ano quanto para o ano que vem.
De janeiro a setembro de 2016, a indústria já acumula uma retração de 7,8%. "Teve crescimento (na produção industrial) até meados de 2016, mas que não era muito consistente. Até esse crescimento na margem da série em setembro é preciso relativizar, porque temos um número maior de atividades com redução na produção. É um avanço calcado em poucos segmentos industriais", lembrou Macedo.
Apenas nove entre as 24 atividades industriais pesquisadas registraram elevação em setembro ante agosto. A fabricação de produtos alimentícios avançou 6,4%, graças a maior produção de açúcar impulsionada pelo setor externo, que também teve impacto sobre papel e celulose. As indústrias extrativas cresceram 2,6%, impulsionadas pela produção de petróleo e gás.
A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias subiu 4,8%, por causa do retorno à atividade de unidades industriais produtoras de automóveis que tinham sido totalmente paralisadas em agosto, como as da Volkswagen, devido a uma disputa com fornecedor de peças. "O crescimento é concentrado em poucas atividades, e o principal fundamento para explicar a redução de ritmo é a diminuição na demanda doméstica", disse Macedo.