Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 03 de Novembro de 2016 às 22:42

Grande clássico do romantismo inglês

Jane Eyre (Landmark,656 páginas, tradução de Doris Goettems), romance de Charlotte Brontë, originalmente publicado em 1847, é considerada sua obra mais importante e ocupa posição de destaque no romantismo inglês. Uma das grandes escritoras do século XIX, a mais velha das irmãs Brontë nasceu em 1816 e faleceu em 1855, grávida de seu único filho, de tuberculose e grávida, como suas irmãs.
Jane Eyre (Landmark,656 páginas, tradução de Doris Goettems), romance de Charlotte Brontë, originalmente publicado em 1847, é considerada sua obra mais importante e ocupa posição de destaque no romantismo inglês. Uma das grandes escritoras do século XIX, a mais velha das irmãs Brontë nasceu em 1816 e faleceu em 1855, grávida de seu único filho, de tuberculose e grávida, como suas irmãs.
A importância da autora ganhou relevo numa época em que mulheres eram consideradas adornos e na qual significativas mudanças políticas, sociais e econômicas aconteciam. Sem ser propriamente feminista, Charlotte com suas personagens deu expressão à mulher e elas não se mostravam submissas como as personagens de Jane Austen, por exemplo.
Esta edição bilíngue (português-inglês), encadernada, com cuidados editoriais especiais, prefácio de Currer Bell, traz este romance clássico em que grande parte da narrativa se aproxima do drama. O leitor se depara com a protagonista mudando o rumo dos acontecimentos a partir de sua ação, conduzindo, desta forma, o eixo da narrativa.
Jane Eyre é a autobiografia ficcional da personagem principal, órfã de pai e mãe, vivendo infeliz em companhia de parentes que a detestam. Depois de muitos confrontos, é enviada para um colégio interno, onde conhece os primeiros momentos de felicidade. Forma-se professora e será tutora da jovem Adèle, pupila de Lorde Rochester, na casa de quem descobre um terrível mistério.
Charlotte mostra que, mesmo naqueles tempos, as mulheres podiam muito bem trabalhar e lutarem pela vida, casando ou não. Os trabalhos artísticos de Charlotte Brontë a caracterizam, com toda a justiça, como uma das primeiras mulheres modernas e contribuíram para imprimir uma nova visão do papel da mulher.
Um trecho do romance: "Os domingos eram dias melancólicos naquela estação gelada. Tínhamos que caminhar duas milhas até a igreja de Brocklebridge, onde oficiava nosso patrono. Saíamos com o frio e chegávamos com mais frio ainda: durante o serviço ficávamos quase paralisadas. Como era muito longe para retornar para o almoço, um pedaço de pão e carne fria era servido nas mesmas miseráveis proporções das nossas refeições diárias. Ao fim do serviço da tarde nós retornávamos por uma estrada aberta e montanhosa, onde o amargo vento do inverno, que soprava de uma cadeia de montanhas nevadas ao norte, quase nos arrancava a pele de nossos rostos."
Italo Calvino, o grande escritor e professor italiano, escreveu um livro sobre por que ler os clássicos. Neste caso, forma, conteúdo e importância histórica e alguns outros motivos que os leitores encontrarão são as respostas.

lançamentos

Não com um estrondo, mas com um gemido - A política e a cultura do declínio (É Realizações, 256 páginas, R$ 49,90, tradução de Hugo Langone), de Theodore Dalrymple, ensaísta e psiquiatra, faz a crítica da classe intelectual, analisa a cultura de massas de nosso tempo e, especialmente, a decadente Grã-Bretanha.
O homem unidimensional (Edipro, 246 páginas, R$ 75,00), do grande filósofo Herbert Marcuse (1898-1979), um dos livros mais importantes da década de 1960 e ainda bem atual, analisa a sociedade acima de comunismo ou capitalismo e aposta na liberdade, na felicidade e no individuo para o desenvolvimento social.
Italiano imigrante (Editora CRV, 428 páginas), do jornalista, escritor e contador Ivanor Ferronato, é um grande, belo e caudaloso romance histórico que narra a saga da família Berto, percorrendo caminhos de 1875 a 1980. Enfoca acontecimentos da Itália, do Brasil, e os valores dos imigrantes, que tanto colaboraram para desenvolver o Brasil.
 

Guia essencial, compacto e simples, do vinho

Quem não sabe que garrafas de bons vinhos, muitas vezes, sabem mais do que bibliotecas inteiras? Mesmo quem não teve a suprema felicidade de ter nascido na inenarrável e inadjetivável Bento Gonçalves, a capital brasileira do vinho, sabe que a milenar bebida, ligada ao teatro, à sabedoria, à saúde e a um infinito de coisas, é uma das grandes criações humanas.
O guia essencial do vinho: Wine Folly (Editora Intrínseca, 240 páginas,
R$ 49,90, tradução de Lucas Cordeiro e Renato Ferreira Pires), da sommelière, designer e blogueira Madeline Puckette e de Justin Hammack, criador do site Wine Folly, livro que teve origem no site, acima de tudo é um guia compacto, simples, enxuto e, principalmente, esteticamente atrativo.
Sem aquele linguagem chata, pedante e empolada de tantos enochatos que andam por aí, este guia serve para novatos e veteranos e desbrava o fascinante mundo do vinho, que tem mais de mil variedades à escolha e, em média, 600 novos rótulos lançados diariamente. Sem tecnicismos, excessos de palavras e textos e com desenho e gráficos criativos, o guia ajuda os leitores a não se perder com tantas opções.
Uvas, regiões, vinhos, nomes e como pronunciá-los, formas de degustação e harmonização estão nas páginas leves e saborosas, para que ninguém se engane na hora de impressionar o chefe, os sogros, a nova conquista amorosa (ou flerte, para os antigos), os amigos e os parentes ou simplesmente para quem deseje entender melhor as cartas de vinhos dos restaurantes. Escolher o vinho certo para a pessoa certa, não há dúvida, é um ato de afeto e gentileza dos mais simpáticos, num mundo carente dessas delicadezas.
Brancos, tintos, rosés e espumantes, vindos de regiões mais tradicionais como a Europa e Argentina, ou de novas áreas produtoras como a África do Sul, a Nova Zelândia, a Austrália e a Califórnia, os vinhos são apresentados no guia com seus fundamentos, seus estilos e relacionados com suas regiões. Tudo de maneira rápida, clara e objetiva. Às páginas 222 e 223, por exemplo, em poucas linhas, o leitor terá um panorama sobre os vinhos da velha Itália.
Sem exagero, o Washington Post considerou o guia como o melhor livro introdutório sobre vinhos publicado em anos, e o The Seattle Times caracterizou o volume como "influente e divertido, leva vida nova à indústria do vinho".
Em síntese, o site winefolly.com, que é uma das maiores referências mundiais em termos de vinho, com seus gráficos e foco no acesso à informação e soluções engenhosas para atrair novos apaixonados e que espanou a poeira que cobria o assunto e abriu as portas para os novatos, ganhou agora plataformas de livro impresso e e-book. Bom para o vinho, para a indústria, o turismo e para uma visão democrática e acessível de uma bebida que proporciona caminhos e histórias infinitos. Saúde!

a propósito...

Por questões culturais, de clima, econômicas, tributárias e tantas outras, no Brasil o consumo de vinhos ainda não é o que poderia ser. Em países europeus, o consumo anual per capita é algo em torno de 40, 50 ou 70 litros (especialmente no Vaticano, claro) e no Brasil, perto de dois litros. Com nossos ótimos espumantes e vinhos melhorando, nossos números tendem a ficar mais animadores. Nossos restaurantes, bares e similares podem colaborar, com preços melhores. Nós podemos também trocar um pouco a cerveja, a caipira e outras bebidas pelo vinho, o que, aliás, vai acontecendo aos poucos. Utilizar mais "clericot", "sangria" e outros drinques com vinhos também é interessante. Salute!