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- Publicada em 15 de Novembro de 2016 às 16:40

Academias de ginástica diversificam modelos de negócios

Da sofisticação a preços mais baixos, o objetivo é oferecer alternativas para atrair os consumidores

Da sofisticação a preços mais baixos, o objetivo é oferecer alternativas para atrair os consumidores


PRESSFOTO/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Tem que malhar, suar e investir. Atentas à corrida pela barriga tanquinho e pela boa disposição física, as academias de ginástica vivem disputa acirrada de modelos de negócios: algumas redes apostam na multiplicação de atividades, com ofertas cada vez mais sofisticadas para todos os gostos e públicos. De outro, o que se vê é o crescimento exponencial de unidades com preço baixo e foco mais concentrado no combo musculação, esteira e bicicleta. Vale tudo para tonificar negócios no segundo maior mercado do mundo, com circuito de 34.500 academias, 9,7 milhões de alunos e faturamento de R$ 7 bilhões, de diz a Ihrsa, a associação internacional do setor.
Tem que malhar, suar e investir. Atentas à corrida pela barriga tanquinho e pela boa disposição física, as academias de ginástica vivem disputa acirrada de modelos de negócios: algumas redes apostam na multiplicação de atividades, com ofertas cada vez mais sofisticadas para todos os gostos e públicos. De outro, o que se vê é o crescimento exponencial de unidades com preço baixo e foco mais concentrado no combo musculação, esteira e bicicleta. Vale tudo para tonificar negócios no segundo maior mercado do mundo, com circuito de 34.500 academias, 9,7 milhões de alunos e faturamento de R$ 7 bilhões, de diz a Ihrsa, a associação internacional do setor.
Para atrair clientes em um mercado cada vez mais competitivo, na esteira de novas apostas estão aulas que unem ioga, pilates e alongamento com exercícios. Há uma busca por novos públicos, como espaços para crianças, além de linhas de roupas e ainda o desenvolvimento de aplicativos. Segundo especialistas, o setor ganha musculatura, apesar da crise. Para Ulysses Reis, professor dos MBAs da Fundação Getulio Vargas, a preocupação com saúde e estética trouxe avanços. "Hoje, segundo pesquisas, 60% das pessoas vão às academias para conservar a saúde. Por isso, as academias estão se transformando em centros de entretenimento. O personal trainer virou um verdadeiro psicólogo."
O Grupo Bodytech no aposta na ampliação de suas atividades. Por isso, a companhia criou aulas diversas unindo equipamentos, apetrechos como cabos, tiras e alongamento. Com isso, o espaço para os exercícios funcionais nas academias esticou de 5% para 20% da área utilizada para musculação. Além disso, a rede decidiu investir em nichos específicos. Prova disso é o investimento de R$ 7 milhões numa academia para crianças de seis meses até 10 anos no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, que deve abrir em setembro de 2017.
"Estamos buscando diferenciais e novos públicos. Sentir o que as pessoas querem. A economia não está fácil. Nosso faturamento vai crescer esse ano para R$ 480 milhões, maior que os R$ 430 milhões de 2015. Mas é menor que a nossa expectativa, que era de R$ 520 milhões", diz Alexandre Accioly, sócio da companhia.
A companhia, que tinha planos de entrar na bolsa de valores, tirou o projeto do radar. Para Accioly, a abertura de capital seria justificada apenas se houvesse um grande plano de expansão ou aquisição em vista. Como o número de alunos, de 150 mil pessoas, não cresceu no último ano, o empresário destaca o aporte no aplicativo BT Fit. O projeto, que consumiu R$ 30 milhões em investimento, promete funcionar como academia virtual, levando o treino para a tela do celular e da TV via web.
"Com isso, a pessoa consegue fazer exercícios onde estiver, montar sua série e ter acesso a mais de 4 mil vídeos", ressalta Accioly, destacando que pisou no freio e reduziu a abertura de unidades. "Só abrimos o que estava pré-contratado. Esse ano abrimos três unidades e em 2017 serão quatro. O preço médio da mensalidade é de R$ 350,00."
A rival Smart Fit busca os malhadores que procuram opção econômica. A marca, do grupo Bio Ritmo, tem política de preços com baixo nível de gordura, com mensalidade a R$ 59,90, para quem vai na mesma academia, e de R$ 89,90, para ir a quase todas as unidades. Este mês, com a Black Friday, quem aderir ao pacote mais caro terá a primeira mensalidade por R$ 19,90.
Com o preço reduzido, a rede cresce em escala. Vai abrir 45 unidades no Brasil neste ano, sendo 25 franquias. Embora com expansão ainda robusta, é um freio sobre 2015, quando 70 filiais abriram as portas no Brasil. "A crise traz dificuldades como encontrar a locação adequada, fechar o preço do imóvel. Mas a expansão continua. Este ano, serão 265 filiais no país e outras cem fora do Brasil", afirma Edgard Corona, fundador da Smart Fit.
Mesmo com a desaceleração, a rede estima fechar o ano com R$ 1 bilhão em faturamento, uma alta de 45%. Corona faz planos para abrir o capital do negócio, ainda sem data para acontecer. Até lá, segue o treino. O grupo investe R$ 5 milhões no lançamento de três linhas de produtos. "Estamos lançando linha de suplementação alimentar, com preços, em média, 30% menores que os de mercado. Há linhas de isotônicos e de moda fitness. Eles estarão à venda nas academias e pela internet", conta Corona. Reconhecida pelos espaços perfilados por esteiras e equipamentos de musculação, o grupo está instalando salas para aulas de ginástica, como as de abdominal, alongamento e zumba. Outra inovação é o Smart Box, espaço para treinos funcionais.

Segmento atrai investidores na área de franquias

O faturamento do mercado de franquias no Brasil avançou 8,8% no terceiro trimestre, sobre igual período de 2015, para R$ 38,8 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF). No segmento de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer, contudo, a corrida foi de ainda maior fôlego: 13%, para R$ 6,7 bilhões. Deste total, 70% vêm de franquias de academias.
"A participação é alta e ainda está longe de chegar a seu potencial. É um segmento relativamente novo no mercado de franquias. Há diversas novas consultas sendo feitas, sobretudo depois da Olimpíada, para projetos em Beach Tennis, dança, ginástica olímpica e lutas", conta Beto Filho, presidente da ABF.
Na Smart Fit, o modelo de crescimento é com franquias tanto no Brasil quanto no exterior. Este ano, chegará a uma centena delas, em México, Colômbia, Peru, Chile e República Dominicana. Para ganhar musculatura - lá fora e também no Brasil - o grupo fez recentemente captação de R$ 190 milhões, que vai ajudar na expansão da rede em 2017, com 70 inaugurações nesses sete países latinos e outras 65 no Brasil.
A Fórmula, marca do Grupo Bodytech, que, segundo especialistas, foi criada para competir com a Smart Fit, também investe em franquias. Atualmente com 50 unidades, tem 32 em sistema de franquia. Este grupo ganhará mais dez unidades entre este ano e 2017. "A demanda é grande. Mas somos seletivos porque é preciso participar ativamente", diz o sócio Alexandre Accioly.
Beto Filho explica que a expansão do setor reflete uma mudança de comportamento do brasileiro, cada vez mais consciente da importância de cuidar da saúde, fazer exercícios e se alimentar bem. Pesa ainda o envelhecimento da população, com as pessoas buscando formas de garantir uma velhice com melhor qualidade. "Tudo isso ajuda no crescimento do segmento. Além disso, na crise, as pessoas perdem a capacidade de fazer grandes investimentos e buscam formas de compensar isso em ganho em prazer e autoestima, mantendo o gasto com academia." 
Na prática, a demanda se traduz na oferta de academias com um leque cada vez maior de opções de aulas para a clientela. Ou muito especializadas numa modalidade única. Marco Túlio Campos, coordenador do curso de Administração e Marketing Esportivo da Estácio, diz que o setor tem opções para todos os públicos. E, destaca: esse movimento tende a crescer, já que a busca por saúde é crescente. "O Brasil é um mercado enorme. E vai continuar crescendo. Hoje passou a ser uma necessidade física. Por isso, a gente vê tantas apostas em novos serviços", afirma Campos.