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- Publicada em 04 de Novembro de 2016 às 15:37

Carinho nunca sai de moda

Donativos são revertidos em renda utilizada na manutenção do asilo

Donativos são revertidos em renda utilizada na manutenção do asilo


ANTONIO PAZ/
Nicole Feijó
Casacos, cachecóis, calças, blusas, sapatos, bolsas e acessórios: quem entra no brechó do Asilo Padre Cacique se depara com prateleiras e cabides organizados com roupas e acessórios doados à entidade. O que nem todos sabem é que essas peças, ao chegarem na instituição e antes de irem para esse espaço, passam por processos de triagem. Primeiro, são destinadas a uma sessão chamada Rouparia, onde uma funcionária separa o que é útil para os residentes, os acamados e aqueles com dificuldade de acesso ao brechó. Os outros podem visitar a "loja" e retirar qualquer peça que desejaram.
Casacos, cachecóis, calças, blusas, sapatos, bolsas e acessórios: quem entra no brechó do Asilo Padre Cacique se depara com prateleiras e cabides organizados com roupas e acessórios doados à entidade. O que nem todos sabem é que essas peças, ao chegarem na instituição e antes de irem para esse espaço, passam por processos de triagem. Primeiro, são destinadas a uma sessão chamada Rouparia, onde uma funcionária separa o que é útil para os residentes, os acamados e aqueles com dificuldade de acesso ao brechó. Os outros podem visitar a "loja" e retirar qualquer peça que desejaram.
Entre todas as peças doadas, cresceu o número de vestimentas que os idosos não conseguem utilizar, como, por exemplo, sapatos de salto e roupas de adolescentes. Pensando nisso, há dois meses, foi criado o Brechó Chique, uma sessão para venda de roupas de maior qualidade e em bom estado que não são apropriadas para os avôs e avós que residem no local usarem. Com essa novidade, a ideia é reverter os donativos em recursos para os idosos.
"Mais do que atrair visitantes ao dispostos a colaborar com os custos da entidade, a ação busca estimular o público a destinar um tempo àquelas pessoas, levando a elas alegria e atenção", destaca Rossana Carvalho da Rosa, diretora de patrimônio da entidade. Segundo ela, essa é a maior carência dos idosos. Isso porque a entidade estima que aproximadamente 40% dos residentes não têm nenhum vínculo familiar e dependem do afeto e atenção de quem trabalha no asilo. O objetivo maior é fazer com que os cabides não só deem suporte às peças, mas também representem o aumento da presença de pessoas que possam contribuir para maior qualidade de vida dos idosos. 
Depois que as peças passam pela Rouparia e os idosos se apropriam do que podem, é a vez de Gabriela Battaglia, coordenadora do Brechó Chique, fazer a seleção. Trabalhando na entidade desde o início deste ano, Gabriela explica que, apesar da separação física (o Brechó Chique fica em uma sala ao lado do outro), eles consideram os dois como um só. Além das roupas que são utilizadas pelos residentes, o asilo também repassa peças a outras instituições sem fins lucrativos parceiras, entre elas a Spaan, também dedicada à qualidade de vida de pessoas na terceira idade.
O brechó já está instituído na entidade há muitos anos, funciona diariamente e oferece opções a baixo custo. Já o Chique apresenta peças que variam de R$ 5,00 à R$ 60,00 e está aberto nas terças-feiras, das 13h às 16h30min, e nas quartas, quintas e sextas-feiras, das 9h às 11h30min e das 13h às 16h30min. Milton Costa da Silva, diretor-geral do asilo, esclarece que a ideia do brechó não é atingir um fluxo de pessoas e de compras, mas sim contribuir para a manutenção da casa. A verba arrecadada com as vendas é destinada para compras de equipamentos, medicamentos, fraldas, produtos de limpeza e higiene para os residentes. "Como temos uma carência muito grande para adquirir medicação e o uso de fraldas é considerável, precisávamos de um reforço, e o Brechó Chique veio ajudar nesse sentido", define Rossana.
Com 18% da população formada por idosos, Porto Alegre foi a primeira capital do País a receber o título de Cidade Amiga do Idoso, da Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano passado. Entre as organizações não governamentais sem fins lucrativos, o Asilo Padre Cacique é uma das mais antigas. Fundado em 1898, atualmente conta com 100 voluntários e 102 funcionários que se dedicam aos idosos. Entre as doações que a instituição recebe, alimentos não perecíveis são os que representam a maior quantidade, mas, de acordo com Rossana, há dois anos, as doações estão diminuindo. Hoje, residem aproximadamente 120 idosos no asilo que consomem cerca de 100 mil litros de leite por dia e 7 mil unidades de fraldas por mês. A diretora de patrimônio revela que, por ser um produto com alto custo no mercado, as doações de fraldas são mais raras e normalmente em menor quantidade, quando comparado a alimentos. "Com o idoso, você tem gastos que, às vezes, não está esperando. Nunca é um gasto fixo", esclarece Rossana.
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