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Política

- Publicada em 30 de Outubro de 2016 às 22:32

Para Sebastião Melo, PMDB deve ser oposição em Porto Alegre

Melo disse que vai respeitar a decisão do povo da Capital, 'que já nos reconheceu em vários momentos'

Melo disse que vai respeitar a decisão do povo da Capital, 'que já nos reconheceu em vários momentos'


Fredy Vieira/JC
Derrotado nas urnas, com 39,5% dos votos válidos, o atual vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB), garantiu que não participará de qualquer aliança ou parceria com o prefeito eleito Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Ele espera, inclusive, que o PMDB assuma papel de "oposição responsável" durante a próxima gestão.
Derrotado nas urnas, com 39,5% dos votos válidos, o atual vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB), garantiu que não participará de qualquer aliança ou parceria com o prefeito eleito Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Ele espera, inclusive, que o PMDB assuma papel de "oposição responsável" durante a próxima gestão.
Após o resultado das urnas, Melo saiu da Zona Sul da Capital e se encaminhou à sede de seu partido, na avenida João Pessoa, onde chegou por volta das 18h50min. Recepcionado com gritos de "Melo, querido, estamos contigo", seguiu para a coletiva de imprensa. Em suas primeiras palavras, cumprimentou o oponente, avisou que não faria análises da eleição e agradeceu a acolhida dos gaúchos. "Vamos respeitar a decisão do povo, que já nos reconheceu em vários momentos", lembrou o goiano, de 58 anos. 
"Encerramos nosso mandato com muita dignidade. A política não começa nem termina com a eleição. Porto Alegre está acima da disputa eleitoral", frisou. Acompanhado do prefeito e do ex-prefeito da cidade, José Fortunati e José Fogaça, do vice-governador do Rio Grande do Sul, José Paulo Cairoli, e de outros correligionários, Melo também se recusou a traçar planos políticos para o futuro - mesmo perguntado se desistiria de seu sonho pela prefeitura ou se teria outra oportunidade para realizá-lo.
"Neste momento, seria uma descortesia de quem perdeu a eleição falar de uma nova eleição. Nós, agora, temos que fazer a transição. Eu vou voltar para a minha profissão, a cidade vai continuar e sou daqueles políticos que sempre fez política com mandato e sem mandato. Mais tempo sem mandato do que com mandato. Então, vou contribuir com a cidade como sempre contribuí. Vou fazer isso advogando e contribuindo no meu bairro, na minha associação, prestando, talvez, parte do meu trabalho como advogado à organização popular", detalhou.
Para abrir seu escritório de advocacia, avisou Melo, ele terá de refazer sua carteira profissional. "Sou como a maioria dos brasileiros, não tenho aposentadoria tão cedo", afirmou.
O dia do candidato começou cedo, com entrevistas a rádios desde as 8h. Ele votou às 12h30min no Colégio Leonardo da Vinci, na avenida Icaraí, acompanhado da esposa, Valéria, e dos filhos, Pablo e João. Demonstrando confiança e gana de vencer, criticou a postura adotada pelo adversário, a qual considerou "mentirosa". "Prefeito não tem vara mágica. O prefeito pode muito na questão social, na iluminação, na cultura, pode aumentar a Guarda Municipal, mas ele não é chefe da Brigada Militar nem da Polícia Civil. O prefeito tem que falar menos e fazer mais", declarou, destacando, mais de uma vez, que a candidatura dele e a de Marchezan eram completamente diferentes.
"O meu concorrente representa uma direita, está relacionado ao MBL (Movimento Brasil Livre), aquele movimento truculento, que agride pessoas", ressaltou, ainda nas primeiras horas do domingo. Ele criticou o fato de a campanha, especialmente no segundo turno, ter se concentrado principalmente nos temas saúde e segurança pública. "Marchezan fez uma campanha de relatório, se baseando no medo. A campanha é momento de sugerir propostas viáveis à sociedade. Segurança pública não é só colocar mais brigadianos na rua, isso é brincar com a inteligência da população", expôs. 
A candidata à vice de Melo, Juliana Brizola, acompanhou a coletiva de imprensa final e, apesar de abatida, disse que continuaria seu mandato de deputada estadual e que derrotas fazem parte da democracia. "Desejo sorte à chapa vencedora e a vida continua. Política é assim. O importante é não desistir do que a gente acredita. Continuo como deputada estadual e pretendo lutar pelo meu mandato, sobretudo por uma educação pública de mais qualidade. Acredito muito na política como processo de transformação e acho que temos que virar a página dos episódios dessa campanha para tentar construir uma Porto Alegre para todos."
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