Volta do horário eleitoral em Porto Alegre é marcada por luto de candidatos

Na retomada do horário eleitoral gratuito na campanha do segundo turno à prefeitura de Porto Alegre, após 24 horas de suspensão da propaganda em decorrência da morte do coordenador do plano de governo da campanha do candidato Sebastião Melo (PMDB), o tom foi de solenidade.

Primeiro a falar, Nelson Marchezan Júnior (PSDB) usou apenas 5 dos 10 minutos de programa de que dispunha - o resto do tempo foi ocupado pelo silêncio e a logomarca da sua campanha, em preto e branco, em sinal de luto.

Marchezan se dirigiu diretamente ao adversário Sebastião Melo e buscou um tom conciliador. "Estamos em lados opostos porque pensamos diferente, mas temos o sentimento de que precisamos de uma campanha limpa e transparente", apelou, dizendo que os nomes dele e de Melo estão na imprensa e nas redes sociais "porque aconteceram fatos lamentáveis na campanha. Ataques nas redes sociais se tornaram rotina".

O tucano avalia que é hora de um basta aos ataques. "O momento do 'pára' chegou, e chegou quando a vida das pessoas ficou em risco", disse Marchezan, aludindo tanto ao ataque a tiros ocorrido em seu comitê de campanha quanto à morte de Plínio Zalewski.

Marchezan reiterou o artifício de se dirigir diretamente a Melo. "Te peço publicamente que nós saibamos estabelecer a paz e colocar a campanha nos trilhos. Acirrar a campanha não é nosso papel. Nosso papel é de construção, é de falar em propostas e deixar que, livremente, cada pessoa faça sua escolha no dia 30."

Sebastião Melo utilizou o mesmo vídeo postado às 18h nas redes sociais, onde, além de salientar as qualidades de Zalewski, pedia uma campanha "feita com paz e com verdade". "Um homem como Plínio não merece esse final. É por ele que vamos até o fim." O programa abriu com a imagem do coordenador do plano de governo de Melo e tela em preto ao fundo, demostrando luto.

O resto do programa seguiu com conteúdos já veiculados nos programas de Melo, falando sobre a atuação do vice-prefeito após os temporais que atingiram Porto Alegre no início do ano, e de obras realizadas em Porto Alegre durante a gestão de José Fortunati (PDT), além da atuação de Melo na gestão municipal e na Câmara de Porto Alegre, evitando qualquer menção ao adversário Nelson Marchezan.