Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 18 de Outubro de 2016 às 19:28

Advogado do peemedebista, Ricardo Giuliani não acredita na tese de suicídio de Zalewski

Marcus Meneghetti
Sete dias antes de um dos coordenadores da campanha do candidato à prefeitura de Porto Alegre Sebastião Melo (PMDB), Plínio Zalewski (PMDB), ser encontrado morto na sede municipal dos peemedebistas, o advogado Ricardo Giuliani recebeu uma ligação do coordenador do plano de governo da campanha do vice-prefeito. No telefonema, além de tratar um processo que respondia na Assembleia Legislativa, Zalewski relatou que estava sendo seguido e que seu celular e computador estavam hackeados.
Sete dias antes de um dos coordenadores da campanha do candidato à prefeitura de Porto Alegre Sebastião Melo (PMDB), Plínio Zalewski (PMDB), ser encontrado morto na sede municipal dos peemedebistas, o advogado Ricardo Giuliani recebeu uma ligação do coordenador do plano de governo da campanha do vice-prefeito. No telefonema, além de tratar um processo que respondia na Assembleia Legislativa, Zalewski relatou que estava sendo seguido e que seu celular e computador estavam hackeados.
"Quando conversou comigo, disse que estava sofrendo muita pressão, estava preocupado com a falta de racionalidade da campanha política, mas não estava depressivo. Ele não cometeria uma barbaridade dessas. Não faria isso, muito menos dessa forma", falou Giuliani, que cuidaria do caso como advogado e que, embora não convivesse diariamente com Zalewski, o conhecia há mais de 20 anos.
Ao comentar a declaração das autoridades que estiveram segunda-feira no local da morte, Giuliani disse que "chama muito a atenção a imprudência do delegado (Paulo Grillo) ao sustentar que foi suicídio". Para o advogado, essa hipótese tem uma consequência importante: afasta a possibilidade de a Polícia Federal investigar o caso. 
"Se o delegado adota a hipótese de suicídio, está dizendo implicitamente que não houve crime, que não houve homicídio no diretório municipal de um partido em período de eleição. Assim, retira a competência da Polícia Federal de investigar crimes eleitorais", sustentou o advogado.
Na tarde desta segunda-feira, logo após os peritos averiguarem o banheiro onde o peemedebista foi encontrado, Grillo disse que, "em princípio, a situação é compatível com suicídio". O chefe do Instituto Geral de Perícias (IGP), Cleber Müller, reiterou tese: "A análise do local, das lesões e da projeção do sangue são compatíveis com suicídio".
Quanto ao processo que respondia, trata-se de um pedido de comunicação protocolado pela porta-voz do Movimento Brasil Livre (MBL), Paula Cassol, no dia 29 de setembro. "(A comunicação) Informava que Plínio estaria realizando campanha eleitoral em horário de expediente, conforme documentos anexados. Solicitou-se a apreciação dos fatos e que fossem tomadas as medidas cabíveis pela presidente da Assembleia, pois os atos praticados poderiam caracterizar conduta de improbidade administrativa e falta funcional", explicou Paula.
Segundo Giuliani, no telefonema que recebeu de Zalewski, o peemedebista atribuía a membros do MBL as ameaças e hackeamento do seu celular e computador. A porta-voz do movimento disse que "o único momento em que Plínio foi procurado foi na Assembleia, lugar em que deveria estar trabalhando e não estava, motivo que levou à comunicação dos fatos, o que se comprova em vídeo publicado no Facebook". "Sobre a alegação de hackers no celular e computadores, a polícia deve investigar a fundo para que seja elucidado o ocorrido, vindo a esclarecer também se foi suicídio ou homicídio", concluiu Paula. Segundo dados do Portal Transparência do Legislativo, Zalewski ocupava o cargo de assessor superior II, no gabinete do deputado Tiago Simon (PMDB).
Amigo de Zalewski, o jornalista Marcos Rolim, publicou no Facebook nota em que diz que não consegue "aceitar a hipótese de suicídio" e menciona queixas de ameaças: "Havia reportado que era seguido pela rua. Havia identificado um grupo como uma ameaça, o qual, segundo ele, tinha um perfil 'paramilitar'. Por tudo isso, acho que a Polícia deve considerar também outras hipóteses em sua investigação".
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO