Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 13 de Outubro de 2016 às 18:32

Delator confirma doação a Aécio Neves via empresário

Senador tucano teria recebido R$ 20 milhões da Andrade Gutierrez

Senador tucano teria recebido R$ 20 milhões da Andrade Gutierrez


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Em depoimento na ação movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff (PT)/Michel Temer (PMDB), reeleita em 2014, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo confirmou ter se encontrado naquele ano com o empresário Oswaldo Borges da Costa - ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) no governo de Aécio Neves (PSDB) - para tratar de doação eleitoral para a campanha presidencial do tucano.
Em depoimento na ação movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff (PT)/Michel Temer (PMDB), reeleita em 2014, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo confirmou ter se encontrado naquele ano com o empresário Oswaldo Borges da Costa - ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) no governo de Aécio Neves (PSDB) - para tratar de doação eleitoral para a campanha presidencial do tucano.
O executivo depôs em 19 de setembro perante o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin, relator do processo. Ao explicar sobre como eram feitas as doações eleitorais, Azevedo também foi indagado sobre repasses a partidos e políticos. Ele afirmou que todas as doações eleitorais saíam do mesmo caixa da empresa e, em relação ao PSDB, disse que se encontrou com Borges da Costa.
Borges da Costa foi citado pelo empreiteiro José Adelmário Pinheiro Filho, Léo Pinheiro, da OAS, em sua delação como intermediário de propinas na construção da Cidade Administrativa, obra mais cara do governo Aécio - que custou R$ 1,2 bilhão. O ex-presidente da Codemig foi apontado como "operador" ou "tesoureiro informal" de Aécio.
Em 2014, segundo dados declarados à Justiça Eleitoral, a Andrade doou R$ 21 milhões para a campanha de Dilma e R$ 20 milhões para a de Aécio. Oficialmente, o coordenador financeiro de Aécio foi o ex-ministro José Gregori. Em nota, o PSDB informou que Borges da Costa atuou na campanha de 2014 "apoiando o comitê financeiro".
Um contato de Otávio com Borges da Costa foi identificado pela Polícia Federal (PF) em trocas de mensagens no celular do executivo da Andrade. Apesar de ter doado quantias próximas para as campanhas de Dilma e Aécio, ao TSE Azevedo afirmou que, em relação às doações para o tucano, não havia nenhuma vinculação com obras ou projetos da empresa. Ele também reafirmou que houve um acerto de propinas equivalente a 1% de todos os contratos da Andrade com o governo federal e também com o PMDB e com o PT referente às obras da Usina de Belo Monte. Questionado se as doações eleitorais de 2014 foram descontadas desse acordo, ele negou e disse que apenas uma doação para Dilma, no valor de R$ 1 milhão, em julho de 2014, "certamente" veio de propina.
A assessoria de Aécio indicou o PSDB nacional para comentar. Em nota, a sigla afirmou que Borges da Costa "atuou na campanha do PSDB em 2014 - ao lado do senhor Sérgio Freitas e tendo sido o ex-ministro José Gregori coordenador financeiro -, apoiando o comitê financeiro, sendo esse um fato de amplo conhecimento público, não havendo nele nenhum tipo de incorreção".
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO