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Política

- Publicada em 13 de Outubro de 2016 às 18:02

Ex-presidente se tornou réu pela terceira vez

Para PF e MPF, petista atuava como lobista da construtora Odebrecht

Para PF e MPF, petista atuava como lobista da construtora Odebrecht


YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se tornou réu pela terceira vez nesta quinta-feira. O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira aceitou a denúncia oferecida na segunda-feira contra o petista pelos crimes de tráfico de influência, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva na Operação Janus - que investiga negócios suspeitos em Angola com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se tornou réu pela terceira vez nesta quinta-feira. O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira aceitou a denúncia oferecida na segunda-feira contra o petista pelos crimes de tráfico de influência, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva na Operação Janus - que investiga negócios suspeitos em Angola com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
O sobrinho do petista Taiguara Rodrigues dos Santos, que tinha contratos milionários com a Odebrecht no país africano, também foi denunciado por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Além deles, Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira do País e preso na Operação Lava Jato, foi denunciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Todos se tornaram réus no processo.
Os investigadores encontraram "indícios de vantagens auferidas pelo ex-presidente e seus familiares em decorrência de supostos serviços prestados". No esquema mapeado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), Lula atuava como "verdadeiro lobista da construtora Odebrecht".
Formalmente, a empreiteira contratava o ex-presidente para dar palestras em países da América Latina e da África, onde a empresa desenvolve projetos bilionários financiados com dinheiro do Bndes. Ao todo, o petista recebeu 7,6 milhões de reais da Odebrecht em sua empresa, a Lils, e em doações ao Instituto Lula. Nessas andanças pelo exterior, o ex-presidente se encontrava com chefes de Estado e autoridades estrangeiras com os quais discutia assuntos do interesse da construtora - que, por sua vez, contratou a Exergia Brasil, empresa de Taiguara Rodrigues, para ajudar numa obra em Angola.
A investigação conduzida pelo MPF e pela PF começou em abril do ano passado e focou os empréstimos concedidos pelo Bndes para a Odebrecht entre 2008 e 2015, especificamente em Angola, por causa das condições camaradas. Segundo o MPF, na comparação entre 10 países que receberam financiamentos públicos do banco estatal, o país africano teve um dos menores prazos médios de concessão dos empréstimos, celebrou a maior quantidade de contratos e recebeu o maior volume de dinheiro, com a menor taxa de juros.
Trata-se do terceiro processo a que Lula responderá na Justiça. Em julho passado, o ex-presidente foi denunciado por ter comandando um esquema para obstruir a Operação Lava Jato. Mais recentemente, em 14 de setembro, o ex-presidente foi denunciado pela força-tarefa da Lava Jato pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lula teria recebido R$ 3,7 milhões em propinas da construtora OAS. No dia 20 de setembro, a denúncia foi aceita pelo juiz federal Sérgio Moro, e o ex-presidente se tornou, mais uma vez, réu. Agora, caberá à Justiça Federal no Distrito Federal decidir se acolhe a nova acusação.
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