Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Eleições 2016

- Publicada em 13 de Outubro de 2016 às 17:57

Sem esquerda, Porto Alegre vive eleição única em 35 anos

É a primeira vez, desde a redemocratização, que a esquerda não disputa comando do Paço Municipal

É a primeira vez, desde a redemocratização, que a esquerda não disputa comando do Paço Municipal


ESTEBAN DUARTE/CMPA/JC
A principal incógnita deste segundo turno da disputa pela prefeitura de Porto Alegre, entre Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB), é como votará o eleitor de esquerda. De um lado, lideranças e até direções partidárias de PT e PSOL pregam o voto nulo. De outro, é pouco provável que os mais de 200 mil porto-alegrenses que apoiaram Raul Pont (PT) e Luciana Genro (PSOL) se abstenham da eleição em 30 de outubro.
A principal incógnita deste segundo turno da disputa pela prefeitura de Porto Alegre, entre Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB), é como votará o eleitor de esquerda. De um lado, lideranças e até direções partidárias de PT e PSOL pregam o voto nulo. De outro, é pouco provável que os mais de 200 mil porto-alegrenses que apoiaram Raul Pont (PT) e Luciana Genro (PSOL) se abstenham da eleição em 30 de outubro.
Mas o que faz deste cenário de indefinição algo imprevisível é o fato de esta votação ser inédita para o eleitorado de esquerda da Capital: é a primeira vez desde a redemocratização que, em disputa majoritária, não há opção de um candidato alinhado a esse perfil ideológico. Ou seja, não é possível fazer uma comparação objetiva com outra eleição para saber como se comportará quem votou no PT ou no PSOL.
Desde 1982, o eleitor de Porto Alegre já votou 28 vezes em disputas majoritárias - eleições a prefeito e governador, incluindo primeiro e segundo turnos. Foram 15 votos em disputas ao Palácio Piratini (9 eleições, sendo 6 com segundo turno) e 13 ao Paço Municipal (em 9 eleições). Esse segundo turno será a 29ª oportunidade de escolher um chefe do Executivo.
Nos 28 casos anteriores, sempre havia um candidato de esquerda, tanto no primeiro quanto no segundo turno.
A formalização de uma posição contrária ao voto nulo pelo PCdoB - que participou da eleição com Silvana Conti como vice na chapa de Raul Pont no primeiro turno - evidencia que uma parcela representativa do eleitorado de esquerda em Porto Alegre não vai anular o voto e escolherá entre Marchezan e Melo.
Essa parcela pode ser decisiva para o resultado da eleição. Especialmente para Melo, já que Marchezan obteve o apoio de Maurício Dziedricki (PTB), que ficou em quarto lugar e fez mais de 97 mil votos no primeiro turno.

A Capital e as urnas

Em todas as 28 votações em disputas majoritárias desde a redemocratização - entre primeiro e segundo turnos de eleições a prefeito e governador - o eleitorado de esquerda de Porto Alegre sempre teve um representante na disputa. O segundo turno da eleição à prefeitura da Capital será a primeira vez que esse campo ideológico não tem um candidato.
O eleitor de Porto Alegre votou:
15 vezes para governador - 1982 • 1986 • 1990 (2 turnos) • 1994 (2 turnos) • 1998 (2 turnos) • 2002 (2 turnos) • 2006 (2 turnos) • 2010 • 2014 (2 turnos)
13 vezes para prefeito - 1985 • 1988 • 1992 (2 turnos) • 1996 • 2000 (2 turnos) • 2004 (2 turnos) • 2008 (2 turnos) • 2012 • 2016 (2 turnos)
*A 14ª votação será no segundo turno, em 30 de outubro.