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Política

- Publicada em 05 de Outubro de 2016 às 22:34

Mais vereadoras são eleitas no Estado, mas volume ainda é pequeno

Mulheres recebem menos para fazer campanhas, diz Sofia

Mulheres recebem menos para fazer campanhas, diz Sofia


FREDY VIEIRA/JC
Apesar do crescimento do debate sobre a participação das mulheres nos espaços públicos, o pleito do último domingo não mudou significativamente a representação feminina para os próximos quatro anos nos Legislativos dos 10 principais colégios eleitorais do Rio Grande do Sul. O número de cadeiras se manteve ou aumentou na maior parte das cidades, mas nenhum município alcançou o percentual de 30%, igual à cota de mulheres candidatas por partido.
Apesar do crescimento do debate sobre a participação das mulheres nos espaços públicos, o pleito do último domingo não mudou significativamente a representação feminina para os próximos quatro anos nos Legislativos dos 10 principais colégios eleitorais do Rio Grande do Sul. O número de cadeiras se manteve ou aumentou na maior parte das cidades, mas nenhum município alcançou o percentual de 30%, igual à cota de mulheres candidatas por partido.
Santa Maria é a cidade que mais elegeu mulheres para a Câmara Municipal, com cinco parlamentares, o que representa 25% dos vereadores da cidade. Em relação ao pleito anterior, o local aumentou duas cadeiras femininas. Além da cidade, apenas São Leopoldo passa dos 20% de legisladoras, com três vereadoras entre os 13 da cidade.
Sofia Cavedon (PT), presidente da Procuradoria da Mulher na Câmara de Porto Alegre, crê que os números são um retrato do sexismo na sociedade. Para ela, há uma falta de debate sobre temas como identidade de gênero nas escolas, o que contribui para uma divisão de posições sociais entre meninos e meninas desde a infância. "O sexismo determina que o papel da mulher é o cuidado, que seu trabalho externo, fora de casa, deve ser na área social, na saúde, assistência social", acredita.
Segundo explica Sofia, dentro da política, a divisão de gênero começa no próprio partido, quando mulheres, na maioria dos casos, recebem menos recursos do que homens em campanhas para o Legislativo, por exemplo. Além disso, a falta de divisão das tarefas dentro das residências, como cozinha e limpeza, contribui para que as mulheres tenham múltiplas jornadas durante o dia e secundarizem a sua atuação política. Para a vereadora, uma consequência desse cenário é a ausência de debates como o enfrentamento da violência contra a mulher e políticas na área da infância nas Câmaras Municipais. "Fazer política sem a protagonista estar lá é muito difícil. Esta ausência do universo feminino faz com que isso não seja principal", aponta.
Entre os 10 maiores colégios eleitorais, apenas o 10º, Passo Fundo, teve uma diminuição de cadeiras femininas. Passou de uma vereadora para nenhuma após as eleições. Na Câmara da Capital, o número de mulheres permaneceu o mesmo, quatro vereadoras entre os 36. Além de Porto Alegre, Gravataí, Novo Hamburgo e Rio Grande continuam com a mesma representação. O maior aumento é em Pelotas, que, até este ano, não teve legisladoras e, a partir de 2017, terá quatro vereadoras.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres representaram 31,6% das candidaturas em 2016. Em 2012, o número tinha sido um pouco maior, alcançando 32,7%. Para os próximos anos, Sofia entende que o papel das parlamentares eleitas é colocar o debate de gênero como transversal em todas as pautas, como habitação, saúde, segurança e outras. "Temos que agregar em todas as frentes", explica.
Nas prefeituras, o cenário não é diferente. Dos 497 municípios gaúchos, apenas 4,8% elegeram mulheres. No pleito de 2012, o número ficou em 6%. Neste ano, apenas Canoas tem uma candidata concorrendo no segundo turno. Em 2016, segundo o TSE, o maior número de mulheres que postularam vaga no Executivo aconteceu no Rio Grande do Norte.
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