Pressionado por aliados a assumir o comando do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende "uma cara nova" para o lugar do atual presidente do partido, Rui Falcão, após a derrota acachapante que o petismo sofreu nas eleições deste ano.
Conselheiros próximos a Lula são contrários à ideia de que ele seja alçado à presidência do PT em 2017 e têm convencido o ex-presidente de que ele precisa se dedicar à sua defesa na Lava Jato e à elaboração de um novo projeto para a esquerda do País.
Lula, que já defendeu o nome do ex-ministro Jaques Wagner (Casa Civil) para o posto, mas desistiu, diante da negativa do aliado, tem dito que é preciso "renovar" a direção petista o quanto antes para "reconectar" o PT com outros campos da esquerda, como movimentos sociais, sindicais e partidos políticos.
Diante do cenário sombrio e ainda sem nenhuma grande estratégia definida para o futuro, a cúpula petista convocou uma reunião da executiva nacional para hoje, em Brasília, com objetivo de discutir as eleições internas e os rumos diante da maior crise enfrentada pela legenda.
Mesmo com as sinalizações negativas de Lula, dirigentes petistas vão insistir na tese de que o ex-presidente deve assumir o comando do partido, defendendo que esse é um "momento excepcional".
De acordo com Florisvaldo Souza, secretário de Organização do PT, até mesmo o atual presidente do PT defende essa ideia. "Acho que a vontade do Rui (Falcão) é pelo Lula", afirmou.
Além de traçar um calendário para as eleições internas, que devem acontecer no início do ano que vem, o encontro da cúpula petista servirá para fazer um balanço sobre a disputa municipal - na qual o PT perdeu cerca de 60% das prefeituras em relação a 2012.