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eleições 2016

- Publicada em 03 de Outubro de 2016 às 21:41

Abstenções passariam ao 2º turno com Nelson Marchezan Jr.

Caso os votos brancos, nulos e as abstenções fossem um candidato nas eleições municipais, o atual vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) ficaria fora do segundo turno em Porto Alegre. O não comparecimento dos eleitores, mais os votos brancos e nulos representaram 34,82% na disputa pela prefeitura da Capital, representando um volume maior do que os votos do primeiro colocado, o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que, apesar de ter ficado com 29,8% dos votos válidos, teria 19,4% dos números absolutos do pleito. Melo, que teve 25,9% dos votos, em números absolutos teria 16,9% das intenções do eleitorado, ficando em terceiro lugar.
Caso os votos brancos, nulos e as abstenções fossem um candidato nas eleições municipais, o atual vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) ficaria fora do segundo turno em Porto Alegre. O não comparecimento dos eleitores, mais os votos brancos e nulos representaram 34,82% na disputa pela prefeitura da Capital, representando um volume maior do que os votos do primeiro colocado, o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que, apesar de ter ficado com 29,8% dos votos válidos, teria 19,4% dos números absolutos do pleito. Melo, que teve 25,9% dos votos, em números absolutos teria 16,9% das intenções do eleitorado, ficando em terceiro lugar.
Em 2012, 26,4% do eleitorado da Capital optou pelos votos brancos e nulos ou pela abstenção. O professor do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Carlos Artur Gallo, comenta que esta percentagem nunca é desprezível, mas tem se tornado mais expressiva ao longo dos anos.
Em 2016, nove capitais brasileiras registraram a situação. Inclusive os dois maiores colégios eleitorais do País, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o professor, para uma análise mais aprofundada do fenômeno seriam necessárias outras eleições e dados.
"É possível que as pessoas tenham pensado que não teriam o seu voto respeitado em razão do impeachment", comenta, ao lembrar do processo de afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). "Também é possível que, dado o contexto político, as pessoas sintam mais indiferença", analisa.
Outro fator apontado por Gallo é a reforma política, que teve incidência nas eleições deste ano. Além da diminuição do tempo de campanha, o encurtamento do horário eleitoral gratuito de televisão e rádio também foi lembrado pelo cientista social.
"Estas mudanças impactam na maneira com a qual o eleitor decidirá o voto. Uma parcela significante dos eleitores informa-se pelo horário eleitoral", aponta. Ele avalia que as mudanças propostas pela reforma não foram divulgadas da maneira que deveriam.
Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Cuiabá, Campo Grande e Aracaju também tiveram mais votos não válidos do que o líder das eleições à prefeitura.

Em São Paulo, um terço opta por não escolher prefeito

A capital paulista registrou, nas eleições municipais, um número recorde de eleitores que não foram às urnas ou que votaram nulo ou branco. Um em cada três paulistanos (34,8%) não participou da escolha do prefeito, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - maior índice desde 1996.
Somados, as abstenções (1,94 milhão de pessoas), os votos brancos (367 mil) e os nulos (788 mil) superam a votação do candidato eleito João Doria (PSDB), que obteve 3,08 milhões de votos. Ao todo, a capital paulista tem 8,88 milhões de eleitores aptos a votar.
Considerando apenas as pessoas que foram às urnas, mas não optaram por nenhum dos candidatos, o número supera os votos do prefeito Fernando Haddad (PT), que ficou em segundo lugar na disputa, com 967 mil votos, ou 16,7% dos votos válidos. Brancos e nulos, por sua vez, somaram 1,15 milhão. Com isso, na prática, apenas o candidato do PSDB, dentre os 11 que disputaram, conseguiu mais votos do que a soma dos votos dos eleitores que não optaram por ninguém.
"Doria está com um terço (dos votos totais), não com 53%", afirma o economista Alexandre Cabral, para quem o resultado nas urnas na capital paulista mostra que a população não quer nem PT nem PSDB. "A população está desgostosa da política."
Analisar a taxa de abstenção é tarefa complicada. Ao contrário do que pode parecer, ela não mede perfeitamente a apatia em relação às eleições municipais, pois engloba também erros no cadastro. Isso acontece porque a abstenção é calculada por meio da diferença entre o eleitorado total e a quantidade de pessoas que compareceram às urnas, mas o TSE não possui um cadastro sempre atualizado em relação ao número verdadeiro de eleitores.

Nulos, brancos e abstenções nas Eleições 2016*

Aracaju (SE)
Eleitores: 397.228
Nulos, brancos e abstenções: 139.723
Edvaldo Nogueira (PCdoB): 99.815
Belém (PA)
Eleitores: 1.043.219
Nulos, brancos e abstenções: 365.731
Zenaldo Coutinho (PSDB): 241.166
Belo Horizonte (MG)
Eleitores: 1.927.456
Nulos, brancos e abstenções: 741.915
João Leite (PSDB): 395.952
Campo Grande (MS)
Eleitores: 595.172
Nulos, brancos e abstenções: 167.922
Marquinhos Trad (PSD): 147.694
Cuiabá (MT)
Eleitores: 415.098
Nulos, brancos e abstenções: 127.987
Emanuel Pinheiro (PMDB): 98.051
Curitiba (PR)
Eleitores: 1.289.204
Nulos, brancos e abstenções: 360.348
Rafael Greca (PMN): 356.539
Porto Alegre (RS)
Eleitores: 1.098.517
Nulos, brancos e abstenções: 382.535
Nelson Marchezan Jr. (PSDB): 213.646
Porto Velho (RO)
Eleitores: 319.941
Nulos, brancos e abstenções: 106.844
Dr. Hildon (PSDB): 57.954
Rio de Janeiro (RJ)
Eleitores: 4.898.044
Nulos, brancos e abstenções: 1.866.621
Marcelo Crivella (PRB): 842.201
São Paulo (SP)
Eleitores: 8.886.195
Nulos, brancos e abstenções: 3.096.304
João Doria (PSDB): 3.085.187