Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

eleições 2016

- Publicada em 02 de Outubro de 2016 às 16:23

Temer muda hora de votação para escapar de protestos

Michel Temer vota três horas antes do previsto em São Paulo

Michel Temer vota três horas antes do previsto em São Paulo


MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/JC
O presidente Michel Temer (PMDB) mudou o horário em que havia programado votar, neste domingo, para escapar de protestos de estudantes, que o classificam de golpista. Ele foi um dos primeiros a votar na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, às 8h, logo após as urnas eletrônicas terem sido ligadas. A assessoria da presidência informara à imprensa que Temer votaria às 11h.
O presidente Michel Temer (PMDB) mudou o horário em que havia programado votar, neste domingo, para escapar de protestos de estudantes, que o classificam de golpista. Ele foi um dos primeiros a votar na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, às 8h, logo após as urnas eletrônicas terem sido ligadas. A assessoria da presidência informara à imprensa que Temer votaria às 11h.
O "esculacho" contra Temer havia sido programado por estudantes da PUC-SP, universidade em que ele foi professor de Direito Constitucional, conforme revelou a coluna de Mônica Bergamo no sábado. Um dos organizadores do protesto, Vitor Marques, estudante de Direito da PUC-SP e secretário municipal da Juventude do PT, criticou a estratégia de fuga do presidente. "Na festa da democracia, Temer entra pela entrada que a história reservou a ele: a porta dos fundos. Lamentavelmente, temos um presidente que não respeita a democracia e, por isso, tem de votar escondido."
Temer não quis falar com jornalistas. Só deu uma declaração protocolar às TVs, dizendo que a disputa deste domingo era "mais um gesto democrático do nosso País, que vai firmando, cada vez mais, sua democracia, por meio de eleições".
No momento em que Temer chegou à PUC-SP, pouco antes das 8h, não havia nenhum manifestante, contra ou a favor ao seu governo.
O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) afirmou ontem que Temer "não quis fugir" de protestos ao antecipar o horário de sua votação e que o presidente não vai "marcar encontro com manifestantes".
Para o ministro, "não ficou feio ir mais cedo. Os manifestantes é que dormiram demais". Segundo Geddel, os protestos na PUC-SP estavam convocados para as 8h nas redes sociais. "Eles que não chegaram cedo. Temer tinha que trabalhar", completou.
"Ele tem o direito de mudar a agenda dele à hora que quiser, ainda mais pra voto", disse Geddel. "E não vai marcar encontro com protesto", completou.
Temer ficaria em São Paulo neste domingo até a manhã de hoje, quando embarca para a Argentina e Paraguai para encontros bilaterais. Segundo auxiliares, porém, resolveu voltar para Brasília e, de lá, seguirá aos países vizinhos no horário previsto.
 

'Não me preocupo com popularidade', diz peemedebista a jornais argentinos

Prestes a enviar ao Congresso o projeto de lei para mudar o sistema previdenciário, o presidente Michel Temer afirmou que o governo de Dilma Rousseff não impulsionou a reforma por covardia e que não se preocupa com a possibilidade de sua popularidade cair ainda mais com a medida.
O texto deverá ser encaminhado aos parlamentares após a eleição neste domingo.
"Se chegar ao final do governo com 5% ou 2% de popularidade, mas conseguir colocar o país no eixo, estarei satisfeito. Não me preocupo com a popularidade", disse Temer aos jornais argentinos "Clarín" e "La Nación" em entrevista concedida em Brasília e publicada neste domingo.
Temer chegará à Argentina na manhã de segunda-feira (3) para sua primeira visita bilateral. Deverá ficar cerca de cinco horas no país e seguir para o Paraguai.
Aos jornais, frisou que a situação brasileira decorre da covardia de se tomar decisões difíceis e impopulares. "Eu não tenho essa covardia. Tenho coragem para adotar as medidas."
Sobre a necessidade de ter o apoio da população para enfrentar desafios como o ajuste fiscal e as reformas trabalhista e previdenciária, acrescentou que precisa é do suporte dos parlamentares.
"Tendo o apoio do Congresso, vou ter naturalmente o apoio popular. Conforme essas medidas comecem a ser aprovadas no Congresso, vou popularizando minha imagem."
O presidente afirmou ter se reunido com cerca de 1 mil empresários em São Paulo quando ainda era interino, além de ter tido encontros em Brasília com vários representantes de setores econômicos, para ter respaldo ao programa de reformas.
Os correspondentes dos jornais argentinos, porém, destacaram que essas audiências não eram com o povo, ao que Temer respondeu não ser positivo "dividir o Brasil entre nós (o empresariado) e eles (os trabalhadores)".
"Estou tratando de pacificar o país. Não podemos fazer essa divisão entre brasileiros."
Questionado sobre uma entrevista que Fernando Henrique Cardoso deu ao "Clarín" há 10 dias, na qual afirmou que Temer não era um líder nacional e que deveria construir essa imagem para fazer as mudanças impopulares, o presidente disse dar "graças a Deus" por não ter esse perfil.
"E mesmo não sendo (um líder nacional), fui presidente da Câmara dos Deputados.
De acordo com Temer, seu afastamento de Dilma começou em outubro do ano passado, quando o PMDB publicou o documento "Uma ponte para o futuro". O texto defendia uma série de medidas econômica contrárias ao receituário petista e, à época, foi visto como um modo de o partido marcar a decisão de ter candidato próprio à eleição presidencial de 2018.
"Sugerimos por onde o Brasil deveria ir. (...) Não era um documento de oposição, ao contrário, era de auxílio ao governo, mas foi tomado como de oposição."
No mês passado, em um almoço com empresários em Nova Iorque, o presidente disse que o processo que culminou no impeachment foi consequência de o governo Dilma não ter adotado as teses sugeridas no documento peemedebista.
Aos jornalistas argentinos Temer justificou que se referia às questões trabalhistas, pois um dos pontos do documento tratava do assunto. "Quando o governo viu isso, resolveu não aceitar nossas propostas, e isso foi um dos fatores que mobilizou a sociedade contra a presidente."
Temer disse ainda que seu governo não intervirá nas investigações de corrupção e que as recentes declarações do ministro de Justiça, Alexandre de Moraes, que anunciavam uma nova operação da Lava Jato, não significam que a pasta tenha um controle prévio do que a Polícia Federal vai fazer.
Sobre a delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Temer destacou que ainda não há uma investigação formal contra ele e que se trata de uma "menção irresponsável" de Machado.
Segundo o delator, o presidente pediu propina para financiar a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012.
Temer afirmou também que incentivou a Lava Jato, já que seu ex-ministro de Planejamento, Romero Jucá, deixou o cargo após a divulgação de gravações em que falava que o impeachment serviria para barrar as investigações.
Em relação à crise do Mercosul, o presidente disse que a intenção não é tirar a Venezuela do bloco, mas que o país se regularize. Suas falas foram mais diplomáticas do que as de seu par Mauricio Macri.
Na última quarta, em entrevista a jornais brasileiros, o argentino afirmou que a Venezuela não acrescenta nada ao Mercosul e que o grupo seguiria melhor sem ela.