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Opinião

- Publicada em 03 de Outubro de 2016 às 17:46

O desencanto dos eleitores com a classe política

Os grandes campeões deste primeiro turno de eleições municipais foram os votos inválidos ou ausências, mas a eleição continua em 55 cidades do Brasil, sendo 18 capitais. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a soma de votos nulos, brancos e abstenções superou o primeiro ou segundo colocado na disputa para prefeito em 22 capitais.
Os grandes campeões deste primeiro turno de eleições municipais foram os votos inválidos ou ausências, mas a eleição continua em 55 cidades do Brasil, sendo 18 capitais. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a soma de votos nulos, brancos e abstenções superou o primeiro ou segundo colocado na disputa para prefeito em 22 capitais.
De acordo com o ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, a multa branda para quem não comparece às urnas faz com que a obrigatoriedade do voto no Brasil não se traduza em uma obrigação de fato, com pena econômica relevante.
Em Porto Alegre, tivemos 382.535 votos em branco, nulos ou de eleitores que se abstiveram de votar. Foram nove candidatos a prefeito na Capital e, assim mesmo, milhares de eleitores não quiseram opinar, escolher um nome e indicar alguém para ocupar o Paço Municipal.
Falta de representatividade nos candidatos? Talvez, mas os analistas políticos dizem que há uma descrença nas promessas tradicionais das campanhas. Em São Paulo, somados, as abstenções (1,94 milhão de pessoas), os votos em branco (367 mil) e os nulos (788 mil) superaram a votação do candidato eleito João Doria (PSDB), que obteve 3,08 milhões de votos.
Com muitos partidos, como temos atualmente no Brasil, isso não permite uma consolidação de propostas, de diferenciação entre uns e outros. Gera confusão na cabeça dos eleitores e leva, como aconteceu, à abstenção maciça, ao voto nulo ou em branco. É uma forma de protesto, mas, certamente, não resolve ou aponta soluções para problemas municipais.
Talvez até mesmo piore, pois induz ao desinteresse da população em geral. Porto Alegre continua focada na questão da Educação, Saúde e Segurança.
Os cidadãos querem transitar em segurança, ter um Sistema Único de Saúde (SUS), que é federal, mas com gerência da prefeitura. E, claro, segurança. Mas, houve um corte de R$ 90 milhões nos repasses federais à prefeitura, em razão da forte queda na arrecadação. Isso também ocorreu, com a crise nacional, na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um repasse fundamental para os cofres municipais.
Mas, com tempos iguais e debates diretos nas televisões, os eleitores terão uma clareza maior sobre as propostas de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e Sebastião Mello (PMDB), que disputarão o segundo turno.
A incógnita, até agora, é para quem se voltarão os candidatos derrotados. Nas primeiras declarações, já foi dito que os programas dos vencedores não representam os partidos de esquerda. Provavelmente, então, a incerteza fica por conta dos eleitores e para quem eles se voltarão. Igualmente, espera-se que não haja tamanha abstenção. Ambos os candidatos prometem manter equilibrado o orçamento municipal, onde a prefeitura mantém os vencimentos em dia, mesmo tendo parcelado o reajuste salarial de 2016. Investimentos na cidade são fundamentais, porém, volta-se a lembrar que os recursos são escassos, e os gastos de custeio são altos.
É importante que os dois candidatos consigam convencer os porto-alegrenses a neles - nos políticos em geral - acreditarem novamente. A cidade precisa ter confiança em melhorias, desde a pequena obra, passando por serviços importantes para todos.
Resta aguardar e acompanhar os debates, a propaganda política e ir coletando dados para fazer aquela opção que cada um de nós julgue ser a melhor. Porto Alegre merece sempre mais progresso, mais investimentos e mais parcimônia nos gastos.
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