Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 17 de Outubro de 2016 às 15:43

Batalha por Mossul pode gerar crise humanitária em pleno inverno

Se tiver sucesso, ação do governo em conjunto com os EUA pode ser o maior baque sofrido pelo grupo

Se tiver sucesso, ação do governo em conjunto com os EUA pode ser o maior baque sofrido pelo grupo


AHMAD AL-RUBAYE/AFP/JC
A batalha para tomar a cidade iraquiana de Mossul dos extremistas pode desencadear uma crise humanitária sem precedentes capaz de levar às estradas milhares de civis em meio à aproximação do inverno, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU). Forças do governo do Iraque, com apoio aéreo e terrestre da coalizão liderada pelos Estados Unidos, iniciaram uma ofensiva ontem para expulsar o Estado Islâmico (EI) de Mossul, último grande reduto dos militantes no país.
A batalha para tomar a cidade iraquiana de Mossul dos extremistas pode desencadear uma crise humanitária sem precedentes capaz de levar às estradas milhares de civis em meio à aproximação do inverno, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU). Forças do governo do Iraque, com apoio aéreo e terrestre da coalizão liderada pelos Estados Unidos, iniciaram uma ofensiva ontem para expulsar o Estado Islâmico (EI) de Mossul, último grande reduto dos militantes no país.
Helicópteros realizaram ataques, e explosões puderam ser ouvidas da entrada leste da cidade, de onde militantes curdos partiram para tomar vilarejos periféricos. Cerca de 30 mil soldados iraquianos, milícias curdas peshmerga e combatentes tribais sunitas participam da ofensiva para afastar de 4 mil a 8 mil militantes do EI da cidade.
O vice-secretário-geral para assuntos humanitários e coordenador das ajudas urgentes da ONU, Stephen O'Brien, disse que estava "extremamente preocupado com a segurança de 1,5 milhão de pessoas que vivem em Mossul e que podem ser afetadas pelas operações militares".
"Fazemos todo o possível para que sejam tomadas as medidas necessárias caso ocorra o pior cenário humanitário. Mas tememos que ainda haja muito a ser feito", admitiu Lise Grande, coordenadora humanitária da ONU para o Iraque. "No pior dos casos, nos encaminhamos para a maior operação humanitária de 2016." Segundo a ONU, 1 milhão de pessoas podem ser deslocadas em questão de semanas.
O Alto Comissariado para os Refugiados (Acnur) espera poder dispor de 11 campos até o fim do ano com capacidade para 120 mil pessoas. As autoridades iraquianas se preparam para acolher 150 mil em outros campos. Apesar do caráter maciço da operação humanitária, o financiamento é um grande problema: dos US$ 367 milhões requeridos, menos da metade foi colocada à disposição pelos provedores de fundos.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) anunciou que construirá "locais de emergência" que fornecerão abrigo e serviços básicos a 200 mil pessoas, mas ressaltou que precisa de mais fundos. Além disso, estes deslocamentos em massa de população podem ser agravados com a chegada do inverno e expor os civis sem teto às noites frias do deserto.
Os habitantes de Mossul se encontrarão na linha de frente no decorrer dos combates, presos entre os tiros, ataques aéreos e bombardeios, além da possibilidade de serem utilizados como escudos humanos pelo EI. O premiê do Iraque, Haider al-Abadi, anunciou na televisão o início da operação de retomada de Mossul, a segunda maior cidade do país dizendo que "a hora da vitória chegou".
Retomar a cidade é visto como essencial na guerra contra o EI, que sofreu uma série de perdas recentemente em seu autodeclarado califado. A operação é a maior empreitada militar no Iraque desde que os Estados Unidos saíram do país em 2011, e, se for bem-sucedida, será a maior perda até então para o EI.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO